São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 1995
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Marisol tece modernização

SILVIA QUEVEDO

Empresa aposta em qualidade e tecnologia para crescer apesar da crise da indústria têxtil
Com cinco fábricas no Vale do Itajaí (SC) e 14 mil clientes no país, a Marisol aposta em qualidade e tecnologia para crescer em meio à crise da indústria do vestuário.
A indústria, com sede em Jaraguá do Sul (SC), investe, desde o ano passado, em um plano de modernização. Foram investidos US$ 21 milhões em equipamentos, em 1994. Outros US$ 10 milhões serão gastos este ano em automação.
O plano de modernização, porém, não impediu a queda de 50% das encomendas em julho, em comparação com o primeiro semestre do ano.
Devanir Danna, 43, diretor-financeiro da empresa, diz que o Plano Real ajudou em um primeiro momento, reduzindo a inflação. Mas, agora, obriga a Marisol, apesar dos juros altos, a manter estoques -a empresa espera um reaquecimento das vendas.
Para a coleção primavera/verão, a empresa investiu em marcas tradicionais e diversificou. Lançou a ``Stone Soup" (para jovens), a linha de tecido plano (menos flexível que a malha) e a linha bebê.
Por isso, espera crescer. O faturamento, que, em 1994, foi de R$ 130 milhões, deve chegar a R$ 150 milhões, este ano. A produção deverá passar de 18,6 milhões de peças para 22 milhões de peças.
As mudanças na Marisol incluem alterações no processo de produção, com a busca da qualidade total do produto e a distribuição anual de 10% do lucro líquido da empresa entre seus 3.500 funcionários.
Atualmente, há uma espécie de autocontrole dos funcionários sobre a qualidade do produto, o que eliminou os inspetores e os supervisores de qualidade.
``As próprias pessoas que produzem verificam a qualidade. Parece simples, mas na produção isso sempre foi um tabu", afirma.
A aquisição de teares, máquinas de tingimento e corte de alta tecnologia eliminaram fases intermediárias e deram agilidade à produção. O resultado, diz Danna, é a redução entre 30% e 35% dos custos.
A produtividade também subiu. Só na área de corte, ela aumentou em 50% -com 30% a menos de pessoal. Por isso, a meta para 1996 é investir em automação.

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