São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 1995
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Enxuta vende a marca

DA REPORTAGEM LOCAL

Empresa detém 85% do mercado de secadoras e busca alternativas para ter capital de giro mais barato
A venda da marca Enxuta, e não de secadoras ou máquinas de lavar, acabou transformando a empresa na mais rentável do setor no ano passado.
A marca, que pertencia a Enxuta S.A., avaliada em US$ 14 milhões, foi vendida para a empresa controladora do grupo, a Ponto S.A..
Neste ano, há três semanas, a Ponto S.A. foi incorporada pela Enxuta S.A..
O resultado da operação: a Enxuta passou a contar no seu caixa com 45% de suas ações. A empresa tem, agora, 90 dias para decidir se essas ações serão canceladas ou vendidas. Mas a intenção é negociar.
O presidente da empresa, Paulo Roberto Lisboa Triches, explica que a operação levou mais de um ano para ser estruturada. Com implicações fiscais, ela possibilitou a criação de um fundo -as ações que estão em caixa.
Com 85% do mercado de secadoras, 17% do de lavadora de roupas e participação de 50% no de lavadoras de louças, a empresa enfrenta um problema de ``carência de capital de giro", conforme Triches.
No fundo, toda a operação foi montada para que a Enxuta pudesse voltar ao mercado e captar capital de giro mais barato.
Triches procura uma empresa de porte médio no exterior para uma associação, mas não descarta outros sócios, como os fundos de pensão. ``O próximo passo será o da capitalização da empresa", afirma.
Com 800 funcionários, a Enxuta exporta somente 5% da produção de sua fábrica em Caxias do Sul (RS).
Nos últimos dois anos, o mercado sofreu profundas alterações. Ao contrário de outros setores, não há um acirramento da concorrência por conta das importações -cabem poucas geladeiras em um contêiner. Mas as três grandes empresas mundiais do setor já atuam no Brasil.
As três não enfrentam problemas de caixa, mas fazem um produto para famílias de renda elevada. A Enxuta fabrica máquinas para pessoas sozinhas de renda baixa ou média. ``Eles terão que se adequar ao mercado", afirma.
O Plano Real ampliou o mercado. No final de 94, a demanda cresceu 70%. Agora, o setor vive processo de rescaldo -com restrições ao crédito e inadimplência.

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