São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 1995
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Brasil x Argentina

FÁBIO SORMANI
O DUELO PARECE SER ETERNO...

Brasil e Argentina travam disputa desde que o mundo é mundo.
Duelam pela primazia no continente sul-americano nas áreas econômica, social e política. No esporte, nem se diga. Ou melhor, que o Túlio o diga...
Bem, mas esta coluna é de basquete.
Seguinte: não é novidade para ninguém que a NBA está com um olhão arregalado em direção ao nosso continente. É preciso crescer nesta região do planeta. A grana sinaliza nesta direção. Por isso, um jogo de exibição da liga vai ser disputado nestas plagas, mais dia menos dia.
Brasil e Argentina duelam novamente, agora por esta primazia.
Vamos aos fatos...
A NBA fechou o exercício 93/94 com o seguinte quadro: excluindo o mercado dos EUA, o Canadá ocupava a primeira posição no ranking das vendas. Em segundo lugar aparecia a Europa ocidental e em terceiro, o Japão. O quarto era o México, a Austrália era o quinto e em sexto, o Brasil.
O exercício 94/95 ainda não foi fechado, mas há informações de que o ranking deverá ser o seguinte: o Canadá na primeira posição, a Europa ocidental no segundo posto e em terceiro lugar, quem? O Brasil!
Apesar do interesse crescente dos brasileiros -especialmente dos jovens- pelo basquete, o esporte aqui continua desestruturado, caindo pelas tabelas. Fomos 11º colocado no último Mundial, disputado no Canadá. Acabamos eliminados do Mundial juvenil pela Venezuela, viramos saco de pancada da Argentina nas categorias menores etc.
Por falar em Argentina, isso nos remete ao outro lado da moeda...
A Argentina é o oposto do Brasil. Tem um basquete organizadíssimo, talvez com o dobro de times e o triplo de jogadores, mesmo tendo uma população de 33,5 milhões de habitantes, contra 151,5 milhões do Brasil.
E é essa moeda que está dando um nó na cabeça dos executivos da NBA. Onde investir? Em um mercado crescente como o brasileiro ou em um país onde o basquete é tratado profissionalmente?
É quase certo que em 96 a América do Sul terá um jogo da ``pre-season" (amistoso) da NBA.
Será no Brasil ou na Argentina?
Se os nossos dirigentes fossem profissionais, a resposta poderia ser dada agora, de imediato. Enquanto eles não despertam, só nos resta torcer para que a moeda caia do lado certo.

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