São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 1995 |
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Passagem do cinema mudo para o sonoro está no `M' de Fritz Lang
INÁCIO ARAUJO
Mas Fritz Lang está longe dos "serial killers" do cinema americano atual. Ele consegue fixar um personagem, mostrar seu modo de ação, a dor pelo mal que o atinge (a necessidade inexplicável de matar), a maneira como seus atos repercutem socialmente (no mundo "normal" ou no bas-fonds). Ora, tudo isso Lang executa com uma precisão feroz e uma elegância diabólica. Nenhum dos crimes é mostrado. Mas as soluções encontradas para fazer o espectador entender que existiram ilustram para sempre, e melhor do que nunca, a idéia de elipse (que consiste em suprimir um acontecimento, deixando-o subentendido). O uso da elipse demonstra, no mais, a capacidade narrativa de Lang (típica de diretores que vieram do mudo). O som é outra reminiscência do mudo, com a música assobiada por M -também obsessivamente- funcionando não como fundo, mas como elemento de significação do filme. "M" é um monumento do cinema pelo que nos ensina sobre a passagem do mudo ao sonoro, a arte de dirigir e de atuar. Texto Anterior: Fotógrafo traz tesouros do baú de Orson Welles Próximo Texto: 'México exibe fotojornalismo de 1994 Índice |
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