São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 1995
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"O Barbeiro de Sevilha" estréia hoje

WILLIAM LI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Dando início à temporada lírica deste ano no Teatro Municipal, estréia hoje uma nova montagem da mais famosa ópera bufa de todos os tempos, ``O Barbeiro de Sevilha ou A Inútil Precaução", do compositor italiano Gioacchino Rossini (1792-1868).
A obra fora encomendada pelo duque Cesarini e foi encenada pela primeira vez em Roma, em 1816, no Teatro Argentina, tendo sido composta em apenas 15 dias, na habitual velocidade de Rossini.
Histórias pitorescas falam do grande fiasco que foi sua estréia, quando até um gato apareceu em cena, tendo sido recebida com vaias pelos adversários do compositor. Ele, no entanto, sem se perturbar, foi dormir tranquilamente e já na segunda récita a ópera foi aplaudida e logo transformou-se no maior sucesso de sua carreira.
O Municipal trouxe grandes vozes internacionais, como a mezzo soprano americana Patricia Spence no papel de Rosina, o canadense Jean-François Lapointe como Fígaro e o tenor Ernesto Palacio, que será o Conde de Almaviva. A regência é do maestro Isaac Karabtchevsky e a encenação, de Angela Zabrsa, da Ópera de Viena.
A obra se baseia na peça ``Le Barbier de Séville" (1775), do dramaturgo francês Beaumarchais (1732-1799). A ópera de Rossini imortalizou-se graças ao tratamento dado ao personagem Fígaro, o barbeiro de Sevilha.
A trama, bem urdida e conduzida por uma música jovial, versa sobre a paixão de Rosina por um jovem estudante, Lindoro, que na verdade é o Conde de Almaviva. Don Bartolo, um solteirão que é também seu tutor, pretende casar-se com ela.
Patricia Spence (Rosina) promete ser a grande diva na noite, a julgar pelo ensaio de sábado passado. Ernesto Palacio (Almaviva) também poderá ser uma revelação.
Em entrevista à Folha, Patricia declarou que pesquisou profundamente a obra e procurará mostrar um Rossini diferente das interpretações convencionais. ``Na época de Rossini, os cantores tinham grande liberdade para improvisar e ornamentar suas árias. Assim como no século 18, a partitura servia apenas de base para as concepções do intérprete."
A ópera, em italiano, trará legendas em português. Ao todo, serão apresentadas oito récitas, com dois elencos. O elenco A é internacional e se apresentará nos dias 25, 27, 30 de julho e 1 de agosto. O elenco B, formado por cantores nacionais, cantará nos dias 26, 29, 31 de julho e em 2 de agosto.

Ópera: O Barbeiro de Sevilha
Onde: Teatro Municipal de São Paulo (praça Ramos de Azevedo, s/nº, tel. 011/222-8698)
Quando: hoje, amanhã, quinta e sábado, às 20h30. Domingo, às 17h. Dias 31 de julho, 1 e 2 de agosto, às 20h30.
Ingressos: de R$ 10 a R$ 50.

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