São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 1995 |
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Carpete do Senado custa três vezes mais
GUSTAVO KRIEGER
A obra, realizada durante o recesso de julho, custou R$ 244 mil. Pesquisa realizada pela Folha com empresas de Brasília apontou preços entre R$ 76 mil e R$ 89 mil para o serviço. Na obra, o Senado substituiu o carpete do ``Salão Azul", como é chamada a área de circulação em torno do plenário onde se reúnem os senadores. Para esta obra, foram comprados 1.660 metros quadrados de carpete `àzul-monza", puro nylon, com dez milímetros de espessura. A escolha do carpete seguiu orientações do arquiteto Oscar Niemeyer, autor do projeto do prédio do Congresso. Para os corredores, o Senado comprou 4.988 metros de um carpete mais barato, de polipropileno, com cinco milímetros de espessura, na cor Platina. Segundo o diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, o preço total da compra do material, retirada do carpete antigo, preparação do piso e colocação do novo foi de R$ 244 mil. Este foi o preço total da proposta vencedora da licitação feita pelo Senado para contratar o serviço. A Folha procurou ontem cinco empresas especializadas na venda e colocação de carpetes em Brasília. A reportagem pediu para estas empresas orçamentos para o mesmo tipo de serviço contratado pelo Senado, incluindo desde a retirada do carpete antigo até a colocação do novo, além da compra do material. O orçamento mais barato foi de R$ 76,3 mil. O mais caro chegou a R$ 89,2 mil. Todos estes orçamentos foram dados de acordo com o preço de tabela praticados pelas lojas. Os vendedores afirmaram que os preços seriam menores para compra de grandes quantidades de material, como no caso do Senado. O carpete de dez milímetros, comprado pelo Senado para a reforma do Salão Azul tem preços de mercado variando de R$ 16,50 a R$ 19,70 por metro quadrado. Isto inclui a retirada do carpete antigo e a colocação do novo. No caso do carpete de cinco milímetros, que será usado nos corredores, o preço varia entre R$ 8,64 e R$ 11,60 por metro quadrado colocado. O Senado pagou um preço médio de R$ 36,70 pela compra e colocação de cada metro quadrado de carpete colocado, incluindo os dois tipos de revestimento. Outro lado O diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, diz que não acredita que tenha havido superfaturamento. Ele diz que o Senado fez uma concorrência pública para selecionar a empresa de engenharia que faria a obra. "Seguimos todos os cuidados legais", afirma. Agaciel atribuiu a diferença entre o preço pago pelo Senado e os valores pesquisados pela Folha no mercado de Brasília às "especificidades da obra". Segundo ele, o tipo de carpete comprado para o salão azul "é muito raro". Além disso, Agaciel afirma que a obra foi "mais complicada que o normal, porque o piso do Senado estava muito desgastado". Segundo ele, a recuperação do piso foi a parte mais difícil da obra. Texto Anterior: Governo não quer mudança na emenda Próximo Texto: FHC entrevista Pelé em programa de rádio Índice |
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