São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 1995
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Mulher diz que advogado queria se matar

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A professora Lúcia Rocha da Silva, 58, disse ontem em depoimento à polícia que não sabe se a arma que matou no último sábado seu marido, o advogado José Francisco da Silva, 68, estava nas mãos dele ou do filho, A.F.T., 14.
A família alega que houve suicídio, mas a polícia desconfia que pelo menos uma segunda pessoa tenha atirado no advogado.
Pai e filho estariam no mesmo cômodo do apartamento da família, na rua Pires da Mota, na Aclimação (região central de SP), quando houve o primeiro tiro. No corpo do advogado foram achadas seis perfurações de balas.
Lúcia disse também que o marido pensava em se matar desde abril passado por suspeitar estar com câncer na garganta e no esôfago. Ele teria consultado diversos médicos, mas não tinha um diagnóstico definitivo para sua doença.
Lúcia depôs ontem por três horas DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Ela estava junto com uma irmã e sua mãe, Bernardina de Jesus Rocha, 84, que também estava no apartamento no momento dos disparos.
A professora deixou a delegacia sem dar entrevista. ``Pelo amor de Deus, parem com isso", disse aos jornalistas.
Segundo o delegado Orlando Ribeiro dos Santos, 35, do DHPP, Lúcia afirmou que não houve discussões entre o filho e o pai antes do primeiro disparo.
Em seguida, Lúcia teria desmaiado. Ela não soube dizer como foi baleada de raspão na mão. Duas armas foram apreendidas na casa do advogado pela polícia.
A primeira é um revólver calibre 32 mm. Em seu tambor (peça cilíndrica do revólver) havia três cápsulas deflagradas e três intactas. A outra arma é uma pistola calibre 7,65 mm.
Segundo o delegado, Lúcia estava calma ao depor. Ela disse que o advogado era ``um pai enérgico", mas que não era violento.
O policial disse que o laudo médico sobre a morte do advogado ficará pronto na segunda-feira.
``Agora, só o filho poderá dizer o que foi que aconteceu dentro do apartamento", disse o delegado.

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