São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 1995 |
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Luz defende afastamento de policiais
SERGIO TORRES
Ele disse que, para atuar de modo eficiente, a Polícia Civil não precisa mais do que 4.000 homens. Para Luz, 49, o quadro da Polícia Civil está ``inchado" e precisando de um ``enxugamento". ``No Rio, 4.000 investigadores dão conta de qualquer coisa", disse Luz, em almoço promovido pelo Movimento Viva Rio, que atua na recuperação da imagem e da qualidade de vida no Rio. A diretoria da Coligação dos Policiais Civis -que representa a categoria- preferiu não comentar a declaração do delegado. Luz disse ser difícil conseguir baixar a quantidade de policiais até o patamar que considera ideal. Segundo ele, mesmo aposentando os veteranos, expulsando os corruptos e deixando de contratar, o número de policiais continuará bem acima do desejado. Questionado por integrantes do Viva Rio, Luz demonstrou pessimismo quanto à situação que encontrou na Polícia Civil. ``Talvez a gente tivesse que mudar 90% da polícia", respondeu ele à pergunta sobre índices de policiais envolvidos com corrupção. O delegado disse ainda que o maior problema enfrentado pela polícia não é a falta de armas, viaturas e equipamentos. ``O problema é o homem, não o material. Quando o policial diz que não tem carro, combustível, está forçando barra para conseguir carro, gasolina, essas coisas." Simpatizante assumido do PT, Luz identifica no primeiro governo Chagas Freitas -primeira metade dos anos 70- o início do estreitamento dos vínculos entre a corrupção e o serviço público no Rio. ``Corrupção policial, o Luiz Gonzaga (Costa, corregedor da polícia) dá conta. Mas a corrupção na administração pública é difícil", disse Luz. Para ele, a sociedade tem grande parcela de culpa no grau de degradação atingido pela polícia. ``Nossa sociedade não está preparada para uma polícia que não é corrupta. Prefere pagar 500 para um policial não abrir inquérito do que pagar 5.000 para um advogado trabalhar no processo", disse. O delegado voltou a defender a descriminar as drogas. ``Qual o interesse do policial em inibir o filho de classe média que cheira (cocaína)? O problema é de dentro de casa, não é da polícia", afirmou. Texto Anterior: Lindbergh Farias vai à Casa do Estudante; Prefeito do interior de SP renuncia ao cargo; Acusação de assédio agita Câmara do Rio; Turista francês morre afogado em Salvador; Unesp abre inscrições para vestibular de 96 Próximo Texto: Polícia Federal investiga conexão entre bicho e armas apreendidas Índice |
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