São Paulo, sexta-feira, 28 de julho de 1995
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Lula defende gatilho salarial e critica MP

PT quer transição para livre negociação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente nacional do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu ontem o gatilho (reajuste automático de acordo com a inflação passada) salarial e criticou a livre negociação entre patrões e empregados prevista na MP que desindexou os salários.
``Se os trabalhadores não são culpados pela inflação, cabe ao governo assumir a responsabilidade de não deixar a inflação crescer. Se ela crescer, os trabalhadores terão que ser ressarcidos no seu bolso daquilo que foi o prejuízo na inflação", disse Lula se referindo ao gatilho salarial.
Ele afirmou que o PT é teoricamente favorável à livre negociação, mas ``não se não se pode desmontar uma estrutura sem colocar nada no lugar".
Para Lula, ``há milhões de trabalhadores desorganizados que não teriam forças para negociar livremente com os empresários. Seria um acordo onde os empresários podem tudo e os trabalhadores não podem nada".
Lula considerou ``tímida e vergonhosa" a proposta de garantir correção integral do INPC para os trabalhadores que ganham até três mínimos, conforme proposta do relator da MP, senador Coutinho Jorge (PMDB-PA).
``O cidadão que ganha três, quatro, cinco salários, ganha pouco demais. Salário é coisa sagrada. Se há uma inflação que o governo não consegue controlar, não são os trabalhadores que vão arcar com o prejuízo."

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