São Paulo, sexta-feira, 28 de julho de 1995
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Secretário fecha 4 unidades da PM do Rio

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

A decisão do secretário estadual da Segurança Pública do Rio, Nilton Cerqueira, de extinguir unidades da PM (Polícia Militar) -anunciada ontem- abriu uma crise na cúpula da corporação.
O fato de não ter sido consultado por Cerqueira -general da reserva do Exército- irritou o comandante da PM, coronel Dorasil Corval, que pode deixar o cargo.
O general fechou o Gepe (Grupamento Especial de Policiamento de Estádios), o GET (Grupamento Especial de Turistas), o BPChoque 2 (Batalhão de Choque 2) e o Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas).
O objetivo da medida, segundo o secretário, é mandar para as ruas os cerca de 1.200 policiais militares lotados nos quatro setores. Todos já foram transferidos para batalhões de bairros. Na avaliação da cúpula da PM, à exceção do BP Choque 2, as demais unidades extintas funcionavam.
Criado pelo ex-governador Leonel Brizola (91-94), o GET era formado por 70 PMs incumbidos de proteger os turistas.
Os PMs do GET falam ao menos uma língua estrangeira e atuavam na zona sul, em pontos turísticos (Pão de Açúcar e Corcovado), e em cidades visitadas por turistas, como Niterói e Cabo Frio.
A ação do Gepe também era apreciada na PM. Trabalhavam no setor 150 PMs encarregados de reprimir a violência nos estádios. Ao Gepe é creditada pela PM a diminuição dos registros policiais envolvendo torcedores.
O Proerd tinha apoio do governo dos EUA. Em cinco anos, agentes norte-americanos formaram no Rio 73 monitores para passar a jovens informações sobre consumo e tráfico de drogas.
Os monitores são PMs. Até o mês passado eles tinham repassado o que aprenderam a 55 mil alunos de escolas do Estado.
O fim do BPChoque 2 também demonstra a insatisfação do secretário com o comando da PM.
O BPChoque 2 foi criado este ano para receber os 1.100 soldados cedidos pelo Exército ao Estado, durante a Operação Rio (ação conjunta dos governos federal e estadual contra o crime).
Já comandante da PM, coube a Corval administrar a incorporação dos militares. O trabalho fracassou. Os soldados não se adaptaram e, agora, em vez de atuar em favelas, vigiarão presídios.

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