São Paulo, sexta-feira, 28 de julho de 1995
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Juiz pede prisão de acusados de homicídio

ROGERIO WASSERMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz Antonio Maria Patiño, da Vara Distrital de Itapevi (Grande São Paulo), pediu na última segunda-feira a prisão temporária de três supostos envolvidos no assassinato do investigador de polícia Alessandro Luiz de Lima, 25, no dia 3 de março.
O comerciante Edison Luiz de Lima, 45, pai de Alessandro, afirma ter gravado, no último dia 20, uma conversa de Vanderlei Aparecido Rodrigues, suposto traficante de drogas da região de Cotia (Grande São Paulo), com a ajuda de uma pessoa infiltrada.
Na gravação, Rodrigues confessaria ser o autor do crime, a mando de Bruno Luís Tenucci -então chefe dos investigadores de Jandira (Grande São Paulo), onde Alessandro trabalhava- e Sebastião Correia Pilar, informante da delegacia por 12 anos.
Rodrigues aponta os dois como sócios dele. ``A boca lá é nossa, 50% meu e 50% deles, por isso a área fica limpa para mim", diz ele a certa altura da gravação.
Tenucci se entregou à Justiça na última terça-feira. Pilar e Rodrigues estão foragidos. Por envolver policiais, o caso está correndo sob sigilo no fórum de Cotia.
Segundo Lima, o filho foi morto a mando do ex-delegado de polícia Nelson Precioso, preso em 93 e condenado a 14 anos de prisão sob a acusação de estar envolvido no crime organizado de roubo de cargas na região.
A prisão de Precioso teria sido motivada por denúncias feitas por Lima, presidente do Conselho de Segurança da região de Cotia. O comerciante diz estar sendo ameaçado desde a prisão do delegado.
``Ele pagou US$ 80 mil pela morte do meu filho. O assassinato foi uma vingança contra as minhas denúncias", afirmou.
Alessandro teria sido atraído por Pilar para um suposto desmanche de veículos, onde estaria uma camionete D-20 roubada. Segundo o depoimento do informante, arrolado como única testemunha, Alessandro teria sido baleado durante tiroteio com os ladrões.
Segundo Lima, o secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, foi procurado, mas considerou o caso encerrado com a prisão de dois supostos assassinos, que negaram o crime.
``Desde o início eu sabia quem tinha mandado matar o Alessandro", disse Lima. Para ele, a prisão dos envolvidos é ``questão de honra". ``O Estado não se interessou pelo caso. Descobri quem matou, agora vou até as últimas consequências para que os prendam."

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