São Paulo, sábado, 29 de julho de 1995
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Inadimplência afasta presidente da CVM

JOAQUIM FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

``Eu já estava em situação de inadimplência, mas fui socorrido pelos recursos financeiros dos meus filhos."
Assim o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Thomás Tosta de Sá, comunicou ontem seu afastamento definitivo do cargo que ocupa desde dezembro de 93.
As Bolsas de Valores de São Paulo e do Rio e a Bolsa Mercantil e de Futuros (BM&F) tentaram segurá-lo, mas ele se negou a continuar no cargo por motivos salariais.
O salário do presidente da CVM era R$ 1.600,00 até dezembro de 94, depois subiu para R$ 1.900,00 e em março foi para R$ 6.000,00.
``O novo valor só veio agora em julho, mas em abril e maio quase fui obrigado a pedir moratória", afirmou.
Sá disse conhecer o sacrifício financeiro e familiar que o esperava. Ele mora em São Paulo, trabalhava a maior parte do tempo no Rio e não saía de Brasília.
Na carta que encaminhou ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, Sá alega motivos de natureza pessoal e familiar para sua saída.
Ele se comprometeu a continuar colaborando com o governo. As reformas estruturais defendidas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, disse, são fundamentais para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.
Entre suas realizações à frente da CVM, Sá destaca a internacionalização. De 10 a 14 de julho, em Paris, ele se elegeu presidente do Comitê Interamericano da Iosco (Organização Internacional das Comissões de Valores).
Nessa reunião, Sá conseguiu ainda uma cadeira no Comitê Executivo da Iosco, o órgão máximo da entidade. Como já exercia a presidência da CVM e do Cosra (Conselho dos Reguladores de Valores Imobiliários das Américas), passou a ser conhecido no mercado como o tripresidente.
``Esses cargos são importantes porque os investidores estrangeiros só se interessam por países que tenham mercado e uma comissão de valores atuante", afirmou.

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