São Paulo, domingo, 30 de julho de 1995
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Livro revela telegramas secretos de padre Cícero

VANDECK SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Telegramas do padre Cícero (1844-1934) que passaram 61 anos trancados em um baú de madeira chegam agora ao conhecimento do público com o lançamento do livro ``Dossiê Confidencial", ocorrido no último dia 25, em Recife (PE).
Nele aparece a face não só do padroeiro do Nordeste, a quem a população recorria para suplicar a cura de males, mas também a do padre Cícero político, que se comunicava com ministros e presidentes (leia textos abaixo).
Os telegramas abrangem o período de 1923 a 1934, data da morte do padre. Eles foram preservados até hoje porque, atendendo a uma recomendação do padre, o telegrafista de Juazeiro do Norte (CE), Pelúsio Correia de Macedo, copiava todos -os que mandava e os que recebia. Macedo chegou a ser suspenso pelos Correios durante seis meses por quebra de sigilo.
Os cadernos com as cópias do texto dos telegramas ficaram com Generosa Alencar, uma órfã criada pelo padre Cícero, hoje professora aposentada, com 82 anos.
Segundo ela, o padre Cícero pediu antes de morrer que os telegramas nunca fossem divulgados. ``Eu desobedeci ao padre Cícero em nome da história. Homem sensível que era, com certeza ele perdoaria o meu gesto", disse.
O livro, organizado por Generosa e Fátima Menezes -autora de sete obras sobre a história de Juazeiro-, foi publicado pela gráfica do Senado e teve tiragem de 500 exemplares. As duas optaram por manter os telegramas tal como estavam escritos -inclusive com erros de português. ``Fizemos isso para preservar a autenticidade do material", disse Menezes.

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