São Paulo, domingo, 30 de julho de 1995
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Mulher é fonte de seriados

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

As aventuras de Sila e Zé Sereno continuaram após a morte de Lampião e o fim do cangaço. De início, trabalharam em fazendas do interior da Bahia. Explorados por jagunços, acabaram trabalhando de graça. "Deixavam de nos pagar não porque éramos ex-cangaceiros, mas porque eram safados mesmo", afirma Sila.
Com o desenvolvimento industrial de São Paulo, o casal mudou-se para a capital paulista. "Fiz um curso de corte e costura e meus bordados à mão fizeram sucesso. Trabalhei nas lojas Barulho da Lapa, no Mappin, fui enfermeira de uma senhora idosa, vendi filtros de ozônio", relata Sila.
Nos anos 70, enquanto Zé Sereno trabalhava como vigia de escolas infantis, ela tornou-se costureira da TV Bandeirantes, chegando a fazer uma ponta na novela "Os Imigrantes". Quando a Rede Globo decidiu realizar o seriado "As Últimas Horas de Lampião", Sila foi a principal fonte de informações da equipe de filmagens.
Hoje, Sila desperta respeito e curiosidade. Assediada por estudiosos, suas lembranças também serviram para que a coreógrafa Renata Mello encenasse, no ano passado, o premiado espetáculo "Bonita Lampião", inspirado no cangaço.
Sila diz que jamais faria tudo de novo. "É bom dormir com a cabeça tranquila".
(AFP)


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