São Paulo, domingo, 30 de julho de 1995
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Cada região tem um peso nos índices

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A baixa inflação registrada em Belém do Pará no primeiro semestre do ano teve pouca influência no índice geral registrado no país. Na composição do INPC, o índice da capital do Pará e sua região metropolitana representa apenas 5,35%. No IPCA a participação é ainda menor, 4,05%.
A região metropolitana que tem maior influência na composição dos índices de inflação do IBGE é a de São Paulo. Ela representa 27,36% na composição do INPC e 37,31% na do IPCA. Isso faz com que o índice nacional tenda a se aproximar do que for apurado em São Paulo.
Quando a inflação em São Paulo é alta e a de Belém, por exemplo, é baixa, alguém ou empresa que tenha contrato em Belém reajustado pelo INPC tem alta acima da inflação local, puxado pela inflação de São Paulo.
O peso de cada região na composição dos índices de inflação do IBGE foi estabelecido de acordo com as características do consumo de cada uma delas apurada pela POF (Pesquisa de Orçamento Familiar) realizada em 1987.
Na composição dos índices, as regiões mais pobres têm maior peso no INPC que no IPCA. O INPC, apurado pelo IBGE desde 1979, mede a inflação das famílias com renda mais baixa.
A inflação de Recife representa 7,23% na composição do INPC e 4,22% no IPCA. Fortaleza pesa 5,96% no INPC e 2,58% no IPCA. E Salvador entra com 10,04% no INPC e 6,11% no IPCA.
As cidades do Sul do país têm uma distribuição mais equilibrada no peso dos dois índices. Porto Alegre representa 7,84% do INPC nacional e 8,28% do IPCA. Curitiba pesa 6,94% no primeiro e 6,86% no segundo índice.
Os grupos de produtos também têm pesos diferentes por região, de acordo com a importância de cada um deles nas áreas pesquisadas.
Embora os alimentos formem o grupo mais importante em todas as regiões, o peso deles no INPC varia de 42,92% em Belém para 31,16% em Brasília, ficando em 36,24% na média nacional.
Para as camadas de maior renda (IPCA), o peso dos alimentos cai para 28,58%, sendo de apenas 22,44% em Goiânia e 34,73% em Fortaleza.
O grupo habitação oscila de 8,34% em Belém a 18,77% em Brasília no INPC.
(FS)

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