São Paulo, domingo, 30 de julho de 1995 |
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Rendimento da poupança bate o dos fundos em julho
GABRIEL J. DE CARVALHO
As projeções indicam que, entre fundos para pessoas físicas, a rentabilidade média vai variar de 2,65% a 3,47% líquidos em julho, período em que a poupança do dia 1º receberá crédito de 3,5054%. Os fundos que renderão menos, em torno de 2,7% líquidos, são os de curto prazo e FAF. Prometem render mais, 3,47%, os de renda fixa DI (Depósito Interbancário). Os fundos de commodities, atualmente com o maior patrimônio no setor, cerca de R$ 21 bilhões de um total de R$ 50 bilhões, devem dar rendimento médio de 3,43% líquidos. Para os fundos de renda fixa tradicionais estimam-se 3,44%. A liderança nas aplicações de renda fixa em julho deve ficar com o CDB, com 3,60% líquidos, mas é essa foi taxa de aplicações acima de R$ 50 mil ou R$ 100 mil, dependendo do banco. Esse rendimento foi calculado a partir do CDB colocado no dia 3 de julho, com 30 dias corridos e 22 úteis, a 63,60% ao ano, o que equivale a 4,19% no período. Feito o ajuste para os 21 dias úteis de julho, como na poupança do dia 1º, a taxa do CDB resulta em 4% brutos e nos 3,60% líquidos, após o desconto de 10% de imposto sobre o rendimento. Em junho, a poupança havia perdido, no mercado de renda fixa, tanto para o CDB de grande investidor quanto para os fundos de renda fixa DI e os tradicionais. Houve empate com o rendimento médio dos fundos de commodities. TR muda dia 1º A leve vantagem da poupança em julho deve ser anulada a partir de agosto porque o redutor aplicado à taxa média dos CDBs, para se obter a TR (Taxa Referencial), passará do atual 1% para 1,2%. A poupança, como o CDB, é aplicação prefixada. Uma vez definida, a taxa se mantém até o dia do crédito. Os fundos têm característica de pós-fixado, com rentabilidade repassada ao valor das cotas a cada dia útil. Se em julho o redutor da TR já fosse de 1,2%, a poupança do dia 1º teria rendido 3,30%. Seria superada pelos fundos de commodities, mas por pequena margem. Devem render 3,43% líquidos. Liquidez pesa Com diferenças tão pequenas, o que ainda pesa de fato na escolha do investidor é a liquidez, ou seja, quando o dinheiro fica disponível para saque. Os fundos de commodities atraíram tanto dinheiro justamente porque, após a carência inicial de 30 dias, o saque pode ser feito a qualquer dia. Poupança tem ``aniversário" em dias fixos e os fundos de renda fixa, a cada 28 dias corridos. Fundos de curto prazo e FAF nem sequer exigem carência para dar liquidez diária, mas rendem bem menos. Com as mudanças já anunciadas para os fundos a partir de outubro, a poupança será vantajosa mesmo com redutor de 1,2% na TR. Novos depósitos precisarão ser feitos em fundos novos que exigirão carência permanente de 30 a 59 dias, de 60 a 89 ou acima de 90 dias. Uma parte do dinheiro será depositado compulsoriamente no Banco Central, sem remuneração. No primeiro grupo, de R$ 100 captados, só R$ 90 vão render. No segundo R$ 95 e só no terceiro tudo poderá ser livremente aplicado em títulos em geral. A rentabilidade obviamente será mais baixa, em função do compulsório, exceto nos fundos de no mínimo 90 dias. Os fundos que darão liquidez diária terão um compulsório tão pesado, de 35%, que a rentabilidade poderá ser negativa (abaixo da inflação). Se nada for mudado, sairão ganhando a poupança e o CDB, com ``aniversários" mensais fixos, porém livres dos compulsórios. Texto Anterior: Sabó une qualidade a `Endomarketing' Próximo Texto: Por que commodities são agora a melhor alternativa Índice |
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