São Paulo, domingo, 30 de julho de 1995
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Publicitária troca promoção por filhos

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A grande maioria das mulheres paulistanas (61%) responderia não a uma proposta de promoção que exigisse mais tempo longe de casa, com viagens frequentes.
Um exemplo de mulher que rejeitou uma promoção para poder ficar mais tempo com a família é Marina Mello, 35.
Cinco anos atrás, ela interrompeu uma promissora carreira na agência de publicidade Lara & Stalimir.
Seria gerente de planejamento. Aceitou o cargo, mas não chegou a assumir porque descobriu que as sucessivas tentativas de engravidar pela segunda vez tinham dado resultado.
``Tenho certeza de que hoje estaria em um cargo bem mais alto. Talvez até como diretora", afirma Marina.
Ela trocou a carreira por outra, com horário mais flexível. Foi tomar conta da loja de cosméticos do marido, Marcos Carioba.
``A agência dava uma boa estrutura e eu estava em um momento ótimo da minha carreira."
Marina está há quatro anos fora do mercado. Mas não se arrepende. ``Esse tempo é bom para mim e para minha família."
Hoje Marina Mello, mãe de Mariana, 7, e Marcos, 4, é gerente de marketing da Beltech, empresa que importa carpetes e pisos.
Ela diz que jamais enfrentaria de novo uma rotina de agência de publicidade.
Aceitar ou não uma promoção e ficar longe de casa divide a opinião dos trabalhadores paulistanos entrevistados pelo Datafolha -se não discriminar seu sexo.
Metade (51%) não aceitaria a promoção para poder ficar mais tempo em casa. Outros 45% aceitariam, mesmo ficando menos tempo com a família.
Entre as mulheres, o índice das que não aceitariam a proposta sobe para 61%. Entre os homens, 55% não a recusariam.

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