São Paulo, domingo, 30 de julho de 1995
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Violência ameaça decisão do Paulista

TELÊ SANTANA

Palmeiras e Corinthians começam a decidir hoje mais um título.
Apesar de o Palmeiras ter sofrido uma goleada na Taça Libertadores e o Corinthians vir subindo desde a Copa do Brasil, a disputa não tem favoritos.
Praticamente eliminado da Libertadores, o Palmeiras deve concentrar seus esforços no Campeonato Estadual e se tornará um adversário difícil.
A goleada sofrida é mais um daqueles acidentes do futebol. O Grêmio não tem time para ganhar de cinco do Palmeiras e vice-versa.
O Palmeiras tem grandes jogadores e pode se reabilitar.
Quanto ao Corinthians, trata-se de uma equipe que cresce muito em decisões por causa da torcida.
Pela rivalidade e força, as equipes se equivalem na final paulista.
Estou prevendo e temendo uma decisão violenta.
Os dois times são muito aguerridos e, daí para a violência, a distância é muito pequena.
Ficou provado, após o jogo entre Palmeiras e Grêmio pela Libertadores, que a violência vem sendo alimentada.
Futebol não é guerra. É arte e técnica.
Mas os jogadores, técnicos e dirigentes não estão entendendo isso.
Enquanto todos não tomarem providências, continuaremos vendo cenas lamentáveis, como em Porto Alegre, na última quarta-feira.
Em vez de futebol, os torcedores assistiram pancadaria.
Os jogadores têm que ser punidos como acontece no futebol da Europa.
Enquanto não temos um código disciplinar decente, vale a orientação dos treinadores e dirigentes.
Apenas quando houver conscientização geral, o futebol brasileiro será mais atrativo e o público voltará aos estádios em grande número.
Entendo que foi certa a escolha de juízes brasileiros para comandarem as finais do Campeonato Paulista deste ano.
Eles conhecem muito mais as manhas dos nossos jogadores.
Eu nunca disse, por exemplo, que o árbitro nacional é inferior ao estrangeiro.
Os nossos juízes sabem e conhecem as regras.
Só precisam querer aplicá-las durante as partidas.
O Márcio Rezende de Freitas, por exemplo, é um dos nossos melhores árbitros, mas sempre tende a favorecer o time da casa.
Foi assim quando o São Paulo enfrentou o Grêmio, em Porto Alegre.
O escolhido para a partida de hoje tem que mostrar pulso e controlar o jogo desde o início.
Ele deve coibir a violência e a catimba e tomar a responsabilidade do jogo.
Assim, quem jogar melhor irá vencer.

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