São Paulo, segunda-feira, 31 de julho de 1995
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Novas bobagens de Odilon

ADILSON LARANJEIRA

Manejar palavras e números exige prudência, honestidade e boa fé. Quando, no entanto, manobram com ambos de forma a enganar quem os lê ou ouve, como faz com frequência o vereador Odilon Guedes, o resultado é o que se viu em seu artigo, publicado no último dia 24 na Folha de S. Paulo, sobre as tarifas de ônibus: mais um amontoado de bobagens.
O vereador petista, talvez acuado pela urgência de explicar os vencimentos que lhe foram pagos pelo paulistano, em cargos públicos que acumulou ilegalmente durante a gestão de Luiza Erundina, insiste em usar química própria para reduzir palavras e números a bobagens. Quem é apanhado em flagrante delito, como o vereador Odilon Guedes, praticando ilegalidades na administração pública, quase sempre tenta se valer de uma cortina de asneiras para encobrir o essencial.
O essencial é que quem hoje posa de defensor da moralidade no serviço público e de fiscal permanente da humanidade, acumulou três salários durante a gestão petista. Aos vencimentos de vereador, Odilon Guedes não teve qualquer dúvida em somar, por indicação da ex-prefeita, salários de conselheiro do Anhembi e da Prodam na gestão anterior, cargos que ocupou sem questionar a flagrante ilegalidade e imoralidade da prática, proibida por lei no serviço público.
Em 28 de abril de 1989, Odilon Guedes começou sua carreira no conselho fiscal da Anhembi Congressos e Feiras, por indicação da sua colega de partido. Não titubeou também em assumir, em 20 de abril de 1990, outro cargo remunerado de conselheiro de administração da Empresa de Processamento de Dados do Município (Prodam), e ainda sua cadeira na Câmara, em 22 de outubro de 1991.
Talvez por tantas implicações, o vereador Odilon Guedes esmere-se em distribuir palavras e números sem veracidade, na ânsia de condenar a atual administração, para encobrir suas práticas ilegais durante a gestão anterior.
Exemplo disto são as bobagens que o vereador insiste em divulgar sobre a questão das tarifas. Na tentativa de confundir para se safar, o vereador faz cálculos errados sobre a planilha de custos, redutores, remuneração das empresas, custo por passageiro e a tarifa cobrada nas catracas. Tudo isso, depois de termos detalhadamente explicado ao povo, em artigo anterior, como a Prefeitura vem mantendo as tarifas abaixo do custo por passageiro, de forma a minorar seus efeitos sobre o orçamento do paulistano. Não é o que fazem, por exemplo, várias cidades administradas por petistas como Brasília, Santos, São José dos Campos e Diadema, onde os passageiros pagam, proporcionalmente, bem mais para serem transportados por distâncias bem menores que as de São Paulo. O resto é bobagem.

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