São Paulo, segunda-feira, 31 de julho de 1995
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Palmeiras empata no final e precisa vencer domingo

MATINAS SUZUKI JR.
ENVIADO ESPECIAL A RIBEIRÃO PRETO

Edílson ajoelha-se no gramado e começa a rezar. Aos 33min (primeiro tempo), número cabalístico.
Roberto Carlos, lateral-esquerdo do Palmeiras, US$ 8 milhões, o melhor jogador do Brasil no momento, 58 cm de coxa que lhe garantem um dos chutes mais fortes e mais precisos do futebol, inicia a curta corrida de 9,15 metros que separam a meia-lua da marca do pênalti.
Roberto Carlos chuta com violência, rasteiro. A bola passa a um metro e meio do poste esquerdo do goleiro Ronaldo e estoura na placa de publicidade do conhaque Palhinha fincada atrás do gol.
Ali, pertinho da marca de tinta branca do pênalti, distante 11 metros da linha de gol, pintada em um pedaço onde há mais terra do que grama no campo do estádio Santa Cruz, do Botafogo de Ribeirão Preto, Marcelinho, atacante do Corinthians, número de chuteira 37, recebe um cruzamento da esquerda do lateral Silvinho e chuta com precisão para fazer 1 a 0.
Eram 15min30 do segundo tempo. Resumiram-se a esses dois lances a participação dos principais atores na primeira das duas partidas que decidirão o título do Campeonato Paulista de 1995.
Mas haviam outros. O juiz Oscar Roberto Godói e os técnicos Carlos Alberto Silva, do Palmeiras, e Eduardo Amorim.
Godói expulsou, aos 37min do primeiro tempo, o atacante Alex Alves, do Palmeiras, e o meio-campo Bernardo, do Corinthians, por supostas agressões.
Sem Bernardo, importante para a marcação, Amorim logo no início do segundo tempo alterou o time: colocou de uma só tacada o lateral Vítor e o ala-atacante Elivélton, nos lugares do atacante Marques e do meia Souza.
Deu certo: o Corinthians marcou o primeiro gol dois minutos depois. A partir daí, o jogo ficou aberto, cresceu, e as chances de gol apareceram dos dois lados.
Carlos Alberto Silva reagiu: aos 24min, lançou um pacote de alterações: entraram o volante Flávio Conceição (saiu Roberto Carlos), o meia Válber (saiu Rivaldo) e o atacante Nílson (saiu Muller).
Também deu certo: no tempo de reposição das interrupções de jogo, aos 47min, justamente Válber assistiu Nílson, que, pressionado por Zé Elias, empatou o jogo.
O resultado de 1 x 1 aumenta o interesse pela final do próximo domingo.
O Palmeiras precisa ganhar nos 90 minutos normais. Ao Corinthians, basta dois empates -no tempo normal e na prorrogação.

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Sobre a decisão do Campeonato Paulista de 95 nas págs. 2 a 6

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