São Paulo, segunda-feira, 31 de julho de 1995
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Schumacher vence GP da Alemanha e já é favorito

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
ENVIADO ESPECIAL A HOCKENHEIM (ALEMANHA)

Michael Schumacher caminha para o bicampeonato mundial de F-1. Ontem, em Hockenheim, se tornou o primeiro alemão a vencer um GP em seu país e abriu uma vantagem de 21 pontos sobre o segundo colocado na temporada, o inglês Damon Hill.
Na verdade, o favoritismo do alemão não se deve apenas ao seu talento ou à competência de sua equipe, a Benetton. A corrida de Hockenheim foi mais um exemplo de que ambos não têm rivais hoje.
Hill, que largou na pole, abandonou na segunda volta, depois de rodar na curva após a reta dos boxes. Culpou os freios de seu Williams pelo acidente. Mas a imagem deixou a impressão de mais um erro infantil.
Jean Alesi, da Ferrari, o terceiro colocado no campeonato, vive com a escuderia uma crise que se refletiu na pista.
O francês fez uma corrida de recuperação -largou em décimo e chegou à sexta posição em apenas dez giros-, mas colocou tudo a perder ao errar a tomada de uma chicane, trecho em que duas curvas para lados contrários se sucedem, formando um ``s".
Alesi teve que se dirigir aos boxes, onde a equipe não estava preparada para a troca de pneus.
Voltou e, um giro depois, teve que abandonar. A Ferrari baixou a porta dos boxes para tentar esconder a confusão das câmeras.
Os fracassos de Hill e Alesi deixaram Schumacher isolado na liderança do campeonato e projeções apontam que ele pode conquistar seu segundo título ainda na parte européia da temporada, que tem mais cinco provas.
Schumacher fez a corrida que planejou, enquanto os adversários caíam volta a volta.
No final, David Coulthard, da Williams, terminou em segundo e Gerhard Berger, da Ferrari, completou o pódio, em terceiro.
Os dois não tiveram condições de ameaçar a liderança de Schumacher. Apenas sobreviveram ao quente asfalto alemão -o calor de mais de 30 graus fez a temperatura da pista alcançar 44 graus.
Rubens Barrichello, da Jordan, teve menos sorte. Largou mal, deliberadamente -para não correr o risco de ser punido por queimar-, mas recuperou as posições perdidas ainda na primeira volta.
Evoluiu e chegou à terceira colocação, mas seu motor Peugeot estourou na 21ª volta e o brasileiro teve que abandonar.
Apenas oito carros terminaram a prova, sendo que Eddie Irvine, companheiro de Barrichello, se classificou em nono por ter completado 41 giros, mais de 90% da extensão percorrida pelo líder.
Cerca de 140 mil pessoas compareceram ao autódromo. Com foguetes e bandeiras da Alemanha, comemoraram o inédito triunfo de seu compatriota na pista.
``Na bandeirada, senti muita emoção. Talvez mais do que quando ganhei o título de 94", disse Schumacher, após a vitória.
O alemão conquistou a 15ª vitória da carreira e já é um dos dez pilotos que mais venceram na F-1.

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