São Paulo, segunda-feira, 31 de julho de 1995
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Alunos da rede estadual não tiveram férias

DA REPORTAGEM LOCAL

Hoje é o dia de 6 milhões de estudantes da rede estadual de ensino de São Paulo voltarem às aulas depois das férias de julho.
Voltarem é modo de dizer. Muitos deles não tiveram férias. No máximo descansaram apenas alguns dias do recesso que, normalmente, dura 20 dias.
Isso aconteceu por causa de uma greve que durou 32 dias no primeiro semestre do ano. As escolas utilizaram o recesso escolar para repor as aulas.
Segundo a Secretaria Estadual de Educação, a ``falta de férias" variou de acordo com a quantidade de dias em que cada escola ficou paralisada.
Na EEPSG Alfredo Inácio Trindade, no Tucuruvi (zona norte de São Paulo), por exemplo, os alunos dos turnos matutino e noturno tiveram aulas durante todo o recesso.
``Foi horrível. Todos os meus amigos que estudam em outras escolas tiveram férias. Só eu fiquei ralando", diz Antônio Carlos Cosme, 15, aluno do primeiro colegial.
Como ninguém é de ferro, Antônio acabou se dando uma semana de férias. ``Teve uma semana em que eu só tinha aula em dois dias. Aí não fui e fiquei uma semana dormindo até tarde."
Silvia Conceição, 13, teve mais sorte. Alguns de seus professores deram aula durante a paralisação e por isso ela teve uma semana de folga, sem precisar matar aula.
Quem não teve a mesma sorte resolveu o problema de ficar sem férias de julho simplismente faltando às aulas.
``Quase todo mundo da minha escola faltou. Algumas classes nem tiveram aulas", diz Renato de Oliveira Meirelles, 17, aluno do terceiro colegial e presidente do Grêmio da EEPSG Caetano de Campos.
O problema é que apesar do descanso, as aulas vão fazer falta. Os alunos acabam perdendo um monte de matéria, que dificilmente vão recuperar.

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