São Paulo, terça-feira, 1 de agosto de 1995 |
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Vídeos criam maravilhas para o futuro
ELVIRA LOBATO
O executivo faz uma reunião por telefone -onde todos aparecem simultaneamente na tela- com engenheiros da companhia, analisa planilhas e determina mudanças em um produto num negócio de milhões de dólares. Enquanto isso, um jovem acidentado em estado grave é salvo graças ao monitoramento de médicos que orientam os policiais à distância por um aparelho que reúne computador, telefone e vídeo. "Isso não é apenas uma ficção. É o futuro possível no ano 2000", diz um vídeo realizado pela Motorola, que aposta no casamento da imagem com a telefonia e a transmissão de dados sem fio. A AT&T -American Telephone and Telegraph- aposta em tudo isso, associado à voz sintética. Seu vídeo "Uma Visão do Futuro", começa com um jovem casal de namorados, dentro de um avião, falando ao telefone com um vendedor de tapetes persas. O casal fala em inglês e o vendedor em árabe, mas todos se entendem. O aparelho -um telefone com tela- faz a tradução simultânea do diálogo. Já nos Estados Unidos, a moça é recebida pelos pais e usa um telefone público para falar com o namorado, que é francês. A moça aperta um botão para tradução simultânea e o pai vê o rapaz, através da tela, fazer o pedido de casamento. A partir daí, mãe e filha escolhem o vestido de noiva, sem sair de casa. Em um telão, acompanham um desfile de moda e interferem nos modelos, modificando detalhes dos vestidos. A voz sintética é um dos principais campos de pesquisa dos Laboratórios Bell, da AT&T. Há vários anos, ela testa o reconhecimento da voz pelos computadores e já lançou no mercado um telefone no qual o usuário grava os números que mais usa. Feita a gravação, basta o usuário dizer o nome da pessoa com quem quer falar que a discagem é automática. O aparelho é ideal para uso em automóveis, já que evita distrações com o ato de discar. A AT&T pesquisa voz sintética em várias línguas, inclusive o português falado no Brasil. Até chegar à tradução simultânea imaginada no vídeo, os cientistas terão que vencer uma grande barreira: as diferenças de sotaque. As máquinas podem ser programadas para interpretar os sons, mas ainda não é possível fazê-las interpretar a mesma palavra dita com entonações diferentes. Mas nem sempre as maravilhas tecnológicas descobertas pela indústria têm aceitação do público. O videofone, por exemplo, que permite que os interlocutores se vejam, foi desenvolvido na década de 60 e já poderia ter substituído os telefones comuns. Mas foram vistos uma invasão de privacidade. Texto Anterior: Mercado brasileiro atrai consórcios para telefonia Próximo Texto: "Paging" e "trunking" atraem novos investimentos Índice |
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