São Paulo, terça-feira, 1 de agosto de 1995
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Nova tecnologia é testada em São Paulo

ELVIRA LOBATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao constatar que grandes "players" -jogadores- já estão posicionados para disputar os serviços de TV por assinatura no Brasil, o grupo mineiro Andrade Gutierrez decidiu entrar na disputa com a mais nova tecnologia disponível no mundo: o LMDS
A sigla significa Local Multipoint Distribution System, que em português corresponderia a sistema para distribuição local a partir de múltiplos pontos.
No final do ano passado, a Andrade Gutierrez obteve autorização do Ministério das Comunicações para testar a tecnologia no Brasil e fez associação com a Cellular Vision, dona da patente nos Estados Unidos.
A empresa já investiu US$ 1 milhão em equipamentos, que estão instalados em Tatuapé, na zona Leste de São Paulo, sem garantia de que terá concessão para explorar os serviços no Brasil.
Segundo Otávio Azevedo, presidente da AG Telecom, subsidiária da construtora Andrade Gutierrez, o sistema pode transmitir dados, voz e até 49 canais de TV.
A vantagem do LMDS, diz Azevedo, está no baixo custo. Segundo ele, o preço da mensalidade da TV por assinatura, hoje da ordem de US$ 40,00 pode cair para cerca de US$ 20,00 porque o sistema "é ridiculamente simples".
Um aparelho de recepção de imagens (geradas em estúdio ou captadas de satélites) é ligado a um amplificador e a uma antena de transmissão, com cerca de 30 cm de diâmetro, com potência para cobrir 5.000 quarteirões.
Os sinais são irradiados para as casas dos usuários por ondas de 28 gigahertz e podem ser captados por antenas com tamanho semelhante ao de um cinzeiro comum (15cm x 15cm).
As antenas são ligadas a um decodificador que, por sua vez, é conectado ao aparelho de TV do assinante.
Segundo a Cellular Vision, que também cedeu equipamentos para serem testados no Rio pela Rede Globo, o LMDS ofereceria todos os recursos da multimídia: videoconferência, interface com computadores, serviços médicos remotos e TV interativa.
A portaria do Ministério das Comunicações que autorizou a Gutierrez a testar o LMDS no Brasil estabelece prazo de até dois anos para conclusão dos estudos.
A empresa espera concluir os testes em menos tempo. O mesmo sistema estava recentemente sendo testado na cidade de Nova York. Agora já passou para a fase de uso comercial.
(EL)

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