São Paulo, terça-feira, 1 de agosto de 1995
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Escavação descobre seis canhões em PE

VANDECK SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Seis canhões supostamente holandeses e do século 17 foram encontrados nos últimos três meses em Recife (PE), durante escavações no centro histórico da cidade.
As escavações são parte da obra para ampliação da indústria de moagem de trigo Moinho Recife, em uma área de cerca de 160 m2.
Em junho e julho, apareceram -a uma profundidade de 1,5 metro- quatro canhões de 3,5 metros de comprimento, os maiores já encontrados em Pernambuco.
Em maio, a 50 metros do local, em escavações para ampliação da rede feitas pela Telpe (companhia telefônica pernambucana), foram achados os outros dois canhões, de 1,5 metro.
Também surgiram na área pedaços de porcelana e de cachimbos de procedência holandesa.
``Se continuarem cavando, vão encontrar mais coisas. Não há dúvidas de que houve ocupação holandesa no local", disse o museólogo Enéas Alvarez, 46, diretor do Museu da Cidade do Recife, onde estão guardados os canhões e os pedaços de porcelana e cachimbo.
O coordenador do laboratório de Arqueologia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), Marcos Albuquerque, 53, disse que os canhões estão muito oxidados (enferrujados).
Segundo ele, só depois de uma limpeza profunda se poderá saber com exatidão a procedência e a data do equipamento.
A principal hipótese levantada por arqueólogos e historiadores é a de que, no local das escavações, estava o forte de São Jorge -cuja existência histórica é comprovada, mas até hoje não se sabe precisamente onde foi construído.
O forte de São Jorge foi um dos principais focos de resistência de pernambucanos e portugueses contra a invasão holandesa, em 1630. Os holandeses ocuparam Pernambuco de 1630 a 1654 (leia texto ao lado).
O prefeito de Recife, Jarbas Vasconcelos já determinou que as escavações tenham continuidade e sejam ampliadas.

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