São Paulo, terça-feira, 1 de agosto de 1995 |
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Saldo de emprego já é negativo em 95
ANTONIO CARLOS SEIDL
Segundo dados da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o nível de emprego caiu 0,46% na terceira semana de julho (a 13ª de queda consecutiva) em relação à semana anterior. Com isso, o nível de emprego neste ano mostra agora um declínio de 0,28%, representando o fechamento de 6.394 vagas na indústria paulista. Laerte Setúbal Filho, diretor titular do Departamento de Assuntos Internacionais da Fiesp, disse que o ``remédio começa a matar o doente". Setúbal atribuiu as demissões à política de juros altos e de restrição ao crédito. ``Temos alertado sobre os efeitos recessivos do arrocho, mas o governo está se fazendo de morto", afirmou. Roberto Nicolau Jeha, coordenador do GPPI (Grupo Permanente de Política Industrial) da Fiesp, responsabilizou a ``insensibilidade dos gestores da economia" pela redução do emprego industrial. ``O Brasil é o campeão mundial de juros altos e da desigualdade social, numa perfeita relação de causa e efeito", disse. ``A causa são os juros escorchantes e o efeito é a crise social gerada pelo aumento do desemprego", afirmou. ``A crise está se agravando, com sinais nítidos de que estamos na rota da recessão", disse. Franz Reimer, diretor do Departamento de Economia da Fiesp, disse que os juros altos são um grande estímulo para a queda do emprego industrial. Reimer citou a queda de 11% nos investimentos do setor eletroeletrônico em julho como um sinal do aumento do risco de ``demissões ainda mais fortes" neste segundo semestre. Texto Anterior: Setor de serviços movimenta US$ 1 tri por ano Próximo Texto: Fiesp culpa arrocho monetário Índice |
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