São Paulo, terça-feira, 1 de agosto de 1995 |
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Olhaí, o sertãozinho está em toda parte!
MATINAS SUZUKI JR.
Muitos acham que, como o time alviverde está praticamente fora deste torneio (precisa vencer por uma vantagem de seis gols), ele deveria jogar com uma equipe de jogadores reservas, preservando os titulares para o jogo decisivo do Paulista. Além disso, os advogados da tese do time reserva para amanhã alegam que, dado o clima tenso que envolve jogadores do Grêmio e do Palmeiras, poderá haver confusão e prejuízo para o elenco titular. São argumentos de peso. Mas tendo a concordar com a atitude de Carlos Alberto Silva, pelas seguintes razões: A) Principiando pelos princípios: é um respeito ao público e à competição. B) O jogo em Porto Alegre foi um fenômeno anormal. Deve ser superado. C) O gol de empate do Nílson contra o Corinthians, em cima da hora, levantou, novamente, o ânimo do time. D) O Palmeiras pode não conseguir o saldo de gols necessário para continuar nas próximas etapas da Libertadores, mas tem time de sobra para vencer o Grêmio. E) Vencendo o Grêmio, vai para Ribeirão Preto jogar a final do Campeonato Paulista de 95 com a corda toda, com a pilha nova, com gás novo. F) O elenco do Palmeiras é composto por profissionais experientes, mesmo os mais jovens. Carlos Alberto Silva tem chão no futebol. Não podem se deixar contaminar pelo clima emocional. Se o Palmeiras trocar o desejo de sangue pelo desejo da vitória, estará psicologicamente preparado para disputar o tricampeonato. E se credenciar para disputar um título inédito em 1996: o tetracampeonato entre os paulistas. A seleção brasileira parece que não fez bem para Roberto Eu Sou Terrível Carlos e para a marcha do Souza: um perdeu um pênalti, o outro não voltou do Uruguai. O primeiro jogo das finais no estádio Santa Cruz, o Rose Bowl, lá em Ribeirão, mostrou o quanto é importante para o futebol moderno ter um bom elenco em número superior aos 11 titulares. Sobe e desce alvinegro: bola preta para os diretores que ameaçaram não deixar o time voltar para o segundo tempo, bola branca para o pacto antiviolência dos jogadores, já dentro de campo. Faltou ao Corinthians, depois do primeiro gol, colocar a bola no chão e cozinhar o jogo em fogo lento. Nesse sentido, a entrada de Tupãzinho teria sido preferível à entrada de Vítor. André Santos continuaria na lateral-direita. Algo me diz que foi um pé corintiano que empurrou a bola para dentro no belo gol atribuído ao canavieiro Nílson. E o sertãozinho está em toda parte. Além de injustificável, a violência contra o time do Corinthians precisava ser praticada pela polícia de Barretos? Texto Anterior: PM já não descarta excesso Próximo Texto: Dream Team 3 Índice |
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