São Paulo, terça-feira, 1 de agosto de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bons diretores fazem a festa em Veneza

AMIR LABAKI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

É uma seleção de arromba a que a 52ª Mostra Internacional da Arte Cinematográfica de Veneza anunciou na última sexta-feira. O festival, entre o próximo dia 30 de agosto e 9 de setembro, celebra dois centenários: o do cinema e o da própria Bienal de Veneza, organizadora do evento.
Entre os dezesseis concorrentes ao Leão de Ouro de melhor filme estão as novas obras de cineastas do quilate de Kenneth Branagh, Claude Chabrol, Spike Lee, Ettore Scola e Giuseppe Tornatore. Os dois filmes da seleção oficial ``hors concours" são nada menos que ``Mighty Aphrodite", de Woody Allen, e ``Além das Nuvens", de Michelangelo Antonioni e Wim Wenders. O festival abre com ``Crimson Tide", de Tony Scott, fora da competição.
Os ciclos especiais são o ponto alto. Uma retrospectiva apresenta clássicos recentemente resgatados ou restaurados do cinema europeu. Outra mostra revela para o Ocidente tesouros do cinema russo de animação, produzidos entre 1939 e 1970 tendo a guerra como tema. Serão exibidos, entre outros, ``O Caçador Fedor" (1939), de Aleksandr Ivanov, ``Páginas de Guerra" (1939), de Dmitri Vabicenko, e ``Cine-circo" (1942), de Olga Chodataeva e Leonid Amalrik.
Grandes cineastas são homenageados em filmes selecionados no festival. Marco Tullio Giordana emplacou na mostra competitiva seu ``Pasolini: Um Delito Italiano". Para marcar o 20º aniversário do assassinato do diretor de ``Teorema", Giordana preparou um filme que reconstitui a morte do cineasta. À moda Oliver Stone, atribui o crime anunciado como sexual a uma conspiração política.
No ciclo ``Janela Sobre o Cinema", o cineasta dinamarquês Torben Skjodt Jensen faz em ``Carl Theodore Dreyer: Meu Métier" um balanço do diretor de ``A Paixão de Joana D'Arc" (1929).
O crítico e documentarista Oleg Kovalov homenageia o maior cineasta soviético em ``Sergei Eisenstein: Autobiografia". Duas viúvas planteiam seu mortos em filmes inéditos: Agnes Varda assina ``O Universo de Jacques Demy", enquanto Oja Kodar, ao lado de Vassili Silovic, realizou o filme de arquivo ``Orson Welles - O Homem-Banda".
A produção latino-americana conquistou raro destaque na seleção de Veneza-95. Dois filmes disputam a competição oficial: ``Sin Remitente", do mexicano Carlos Carrera, e ``Guantanamera", dos cubanos Tomas Gutíerrez Alea e Juan Carlos Tabio. Na mostra paralela ``Janela Para a Imagem" estão dois longas-metragens brasileiros: ``Carlota Joaquina", de Carla Camurati, e ``16060", de Vinicius Mainardi.

Texto Anterior: Andrea Campos expõe imagens do Oriente no Rio e em São Paulo
Próximo Texto: Torero vence festival com curta e vídeo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.