São Paulo, quarta-feira, 2 de agosto de 1995
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Sem cargos, PFL paulista se afasta de FHC

XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

O PFL de São Paulo, descontente com o ``jejum" de cargos no Estado, não tem mais nenhum compromisso em votar a favor do governo federal no Congresso.
O líder da bancada paulista do partido, deputado Maluly Neto, disse ontem que os seis parlamentares do Estado estão ``à vontade" para votar como bem entenderem agora no segundo semestre.
``Foi até bom acontecer o que aconteceu, pois agora não temos obrigação nenhuma", afirmou o deputado, ao chegar de São Paulo a Brasília para o primeiro dia de trabalho no Congresso.
Maluly Neto prevê uma temporada difícil para o presidente Fernando Henrique Cardoso agora no retorno das atividades parlamentares. Segundo ele, o ``cheiro" ontem na Câmara dos Deputados não era bom para o governo.
O líder da bancada avalia que o partido em São Paulo não parece o PFL do Nordeste, que tem força e realmente faz ``algum sentido" ser chamado de aliado do governo.
``Além da falta de cargos, há as histórias de falências e quebradeiras que ouvimos durante o recesso de julho", disse. ``Isso vai pesar muito na hora das votações daqui por diante".
Nesse clima de rebelião, o PFL paulista conta também com a adesão do PL do Estado, também descontente com a a falta de cargos.

Também o PL
O Partido Liberal sonhava pelo menos com a manutenção de uma diretoria na Telesp (Telecomunicações de São Paulo), cargo que passou a ocupar desde o loteamento político feito pelo governo Itamar Franco, em 1993.
O PL perdeu também uma diretoria da ECT (Empresas de Correios e Telégrafos) em São Paulo, onde planejava continuar com uma fatia de poder.
Na distribuição de cargos federais no Estado, somente o PSDB e o PMDB, tiveram lucro até o momento, segundo a avaliação dos deputados do PL e PFL.
Os tucanos emplacaram o novo presidente da Telesp, Carlos Eduardo Sampaio Dória, indicado pelo governador tucano do Estado, Mário Covas.
O PMDB conquistou a vaga para dois diretores na mesma estatal, como havia solicitado ao governo.
Em junho, os peemedebistas já haviam obtido o cargo de presidente da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo).
O posto foi ocupado pelo economista Marcelo de Azeredo, que exerceu vários cargos de confiança no governo Fleury (1991-94).

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