São Paulo, quinta-feira, 3 de agosto de 1995
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Corinthians joga final sob protesto

MÁRIO MOREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians vai jogar a segunda partida da decisão do Campeonato Paulista contra o Palmeiras, domingo, sob protesto.
O clube não concordou com a confirmação do estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto, como palco da partida final pela Federação Paulista de Futebol (FPF) (leia texto abaixo).
A confirmação do local foi feita pelo vice-presidente da FPF Rubens Aprobatto Machado, às 17h de ontem.
A decisão de manter Ribeirão Preto como local da decisão partiu do presidente da FPF, Eduardo José Farah, após um encontro no início da tarde de ontem, na sede da entidade, com Mustafá Contursi, presidente do Palmeiras.
Contursi entregou a Farah um ofício no qual o Palmeiras declarava não ver motivos para a mudança do local do jogo.
O Corinthians queria que a decisão fosse transferida para o estádio Brinco de Ouro, em Campinas.
A diretoria corintiana teme que se repitam os acontecimentos de domingo passado, quando, na saída do estádio Santa Cruz, um conflito entre os jogadores do time e a polícia resultou numa luxação no braço de Zé Elias.
``O Palmeiras não pediu a manutenção de Ribeirão Preto para se confrontar com o Corinthians", afirmou Contursi.
``A questão é que não vemos um outro local maior e com melhores condições de segurança que o Santa Cruz. O que houve lá com o Corinthians poderia acontecer em qualquer outro lugar."
Segundo afirmou Rubens Aprobatto no final da tarde, a FPF já enviara ao Corinthians a comunicação de que a partida estava mantida para Ribeirão Preto.
Ao saber da decisão do Corinthians de jogar sob protesto, Aprobatto afirmou: ``É um direito dele. Mas esperamos que o Corinthians jogue e bem."

Arbitragem
O árbitro para o jogo de domingo será um francês, mas não Joel Quiniou. Segundo Aprobatto, Quiniou já não apita mais e ocupa a direção da comissão de arbitragem da Federação Francesa de Futebol.
Os ingressos para a final começam a ser vendidos hoje, a partir das 9h. Tanto no Parque Antarctica quanto no Parque São Jorge, a carga de entradas será de 4.000.
Os demais 41 mil ingressos serão vendidos em Ribeirão Preto.
O julgamento do volante corintiano Bernardo e do atacante palmeirense Alex Alves, expulsos na primeira partida, está marcado para amanhã, às 16h.
O advogado do Corinthians, José Izar, achou exagerado o fato de Bernardo ter sido enquadrado nos artigos 310 (agressão ao adversário) e 235 (ofensas morais ao juiz ou aos auxiliares).
O artigo 310 prevê suspensão de dois a quatro jogos e o 235, de dois a cinco. Alex Alves foi enquadrado somente no artigo 310.
O Corinthians só poderá pedir efeito suspensivo da pena junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva se Bernardo for suspenso por no mínimo três jogos.
José Izar disse que o Corinthians também vai solicitar a suspensão às multas impostas pela FPF aos jogadores Bernardo, Viola e Zé Elias e ao vice-presidente de futebol, José Mansur.
Cada atleta foi multado em R$ 2.000 por criticar a arbitragem de Oscar Roberto Godói no domingo passado e o dirigente, em R$ 50 mil, por atitude antiesportiva -teria ameaçado não mandar o time a campo para o segundo tempo.

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Sobre a decisão na pág. 3

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