São Paulo, sexta-feira, 4 de agosto de 1995
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Comissão reivindica busca em cemitérios

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os familiares dos guerrilheiros do Araguaia (Pará e Tocantins) vão reivindicar que o projeto do governo sobre desaparecidos políticos permita a abertura de cemitérios clandestinos na região para identificar as ossadas dos parentes.
A ex-guerrilheira Criméia Almeida, da Comissão dos Familiares dos Desaparecidos do Araguaia, disse que a investigação dos cemitérios deverá ser uma das atribuições da comissão que será criada para examinar novos casos.
Segundo ela, há informações sobre esses cemitérios vindas de moradores das cidades onde as Forças Armadas acamparam.
Ontem, Ruiderval Moura, 38, militar do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, ex-morador de Xambioá (norte de Tocantins), foi à Comissão de Direitos Humanos da Câmara e se colocou à disposição dos familiares para localizar dois cemitérios.
Ele é filho de Lourival Moura Paulino, cujo nome consta na lista oficial dos 136 desaparecidos. Era barqueiro da região e, preso, foi acusado de ajudar os guerrilheiros. Em maio de 72, foi encontrado enforcado em sua cela na delegacia de Xambioá. Uma das últimas pessoas a ver o barqueiro foi o deputado José Genoino (PT-SP), preso naquela delegacia por integrar o grupo político dos guerrilheiros.

Militares
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara vai rejeitar propostas que estendam o direito à indenização no projeto sobre desaparecidos políticos às famílias de militares mortos na repressão do regime militar (1964-1985).
O presidente da comissão, deputado Nilmário Miranda (PT-MG), também contestou proposta semelhante defendida pelo deputado Jair Bolsonaro (PPR-RJ), capitão da reserva do Exército. Bolsonaro levanta uma lista de cem militares mortos.

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