São Paulo, sexta-feira, 4 de agosto de 1995![]() |
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Expedição repete roteiro de Carlos Chagas
ANDRÉ MUGGIATI
O objetivo da expedição é procurar explicações para a manutenção ou aumento da incidência de doenças na região nos últimos 80 anos. Também será pesquisada a utilidade de plantas medicinais. A expedição de Chagas passou pelos rios Solimões, Juruá, Tarauacá, Purus, Acre, Iaco, Negro e Branco. O grupo que parte agora de Manaus passará pelos rios Negro e Branco e, em fevereiro de 96, visitará os rios Acre e Purus. Uma outra expedição da Fiocruz passou em 1991 pelos rios Solimões, Juruá e Tarauacá. Participam da atual expedição representantes da Fiocruz, da Universidade do Amazonas, do Inpa (Instituto de Pesquisas da Amazônia), do Museu Emílio Goeldi, do Instituto de Medicina Tropical de Manaus e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A expedição parte do município de São Gabriel da Cachoeira (AM), onde os pesquisadores chegarão de avião, vindos de Manaus. Também será visitada uma aldeia ianomâmi. O retorno a Manaus está previsto para 10 de setembro. No início do século, a principal atividade econômica na floresta amazônica era a extração de borracha das seringueiras. O governo brasileiro enviou uma comissão chefiada por Carlos Chagas à região, por acreditar que a baixa produtividade dos seringais estava relacionada às más condições de saúde da região. Na época, era alta a incidência de malária, hanseníase, parasitoses intestinais e leishmaniose. Hoje, somam-se a tuberculose, hepatite, cólera e Aids. Na nova viagem, serão avaliadas as transformações econômicas e socioculturais dos últimos 80 anos. Entre as causas que podem estar influindo nas más condições de saúde estão a extinção de espécies, piora da qualidade da água, fluxo migratório e a perda da memória popular sobre as plantas medicinais da região, entre outros. Texto Anterior: Obra de Primeiro Mundo; Fora de forma; Para ontem Próximo Texto: Sanitarista descobriu doença Índice |
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