São Paulo, sexta-feira, 4 de agosto de 1995
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Credor espera saída rápida para Mesbla

DA REPORTAGEM LOCAL

Os bancos credores esperam uma solução rápida para a concordata da Mesbla, pedida anteontem. A saída envolve uma injeção de capital por parte de um ``pool" de investidores e credores (bancos e, principalmente, fornecedores).
O prazo para a empresa sair da concordata é de dois anos.
Ricardo Cimini, vice-presidente do Unibanco, disse que a empresa precisa de ``oxigênio", o que significa dinheiro.
O equacionamento dos problemas da Mesbla vai passar por novos sócios ``nacionais ou estrangeiros" e pela desimobilização de ativos (venda de imóveis, por exemplo), afirmou.
Cimini disse, porém, que o banco continuará emprestando à empresa. ``É nossa cliente de muitos anos e continuará sendo."
Segundo a Folha apurou, a negociação já estava em andamento, antes da concordata. O problema é que ela não pôde ser concluída antes do vencimento de dívidas.
Segundo avaliação dos bancos, a empresa quebrou porque tinha um alto grau de endividamento, combinada a uma política de juros altos e queda nas vendas.
A Mesbla pediu concordata alegando dívidas de R$ 258 milhões. No total, cinco empresas do grupo estão concordatárias, com débitos que somam R$ 330 milhões, segundo a empresa.
Segundo a Folha apurou, a dívida é maior, de aproximadamente R$ 350 milhões com 20 bancos. Quatro deles (BCN, Unibanco, Real e BFB) concentram a maior parte: cerca de 60%.
A direção do BCN espera marcar um encontro com a da Mesbla nos próximos dias.
Outra instituição credora é o Banco Econômico -que no momento negocia a venda de parte de suas ações. A dívida da empresa com o Econômico é de R$ 8,730 milhões -uma das menores junto a bancos. Segundo a instituição, uma das garantias dadas é o prédio da loja central da Mesbla no Rio.
A concordata já era esperada. Por isso, os bancos já haviam se cercado de cuidados.
Além de fazer o provisionamento -reserva de dinheiro para dívidas de pagamento duvidoso-, os empréstimos têm as chamadas garantias reais -bens que o devedor põe em disponibilidade para saldar a dívida, se necessário.
A direção da Mesbla disse que não se manifestaria sobre o assunto ontem.

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