São Paulo, sexta-feira, 4 de agosto de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Paris quer punição por boicote da Austrália

DE PARIS; DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo francês anunciou na noite de ontem que vai tomar medidas contra Austrália, em virtude do boicote promovido pelo país contra empresas francesas.
A atitude australiana é uma represália contra os testes nucleares que a França pretende fazer no atol de Mururoa (Polinésia Francesa, no Pacífico), a partir de setembro.
O governo quer submeter à Secretaria Geral das Nações Unidas a violação, pela Austrália, da Convenção de Viena sobre imunidades diplomáticas.
O correio australiano está boicotando consulados e a Embaixada francesa no país. A nota afirma também que toda violação de convenções comerciais irá à Organização Mundial do Comércio.
A França pretende ainda rever as importações de carvão e urânio australianos.
Pela manhã, o ministro das Relações Exteriores francês, Hervé de Charette, havia dito, em entrevista à TV australiana, que a França não estava considerando medidas de boicote comercial em resposta às já tomadas pela Austrália.
O governo da Austrália anunciou que apresentará uma resolução contra os testes nucleares na Assembléia Geral da ONU. A Austrália lidera a oposição mundial à retomada dos testes.
A condenação aos testes foi discutida também no fórum da Asean (a associação de países do sudeste asiático).
A Malásia disse que Austrália e Nova Zelândia, que participam da reunião, não devem ser admitidos no órgão. A Malásia acha que os dois países têm "ambições imperialistas na região.
Estudantes da Universidade de Tóquio disseram ter coletado, pela rede de mundial computadores Internet, 39 mil adesões a um manifesto contra os testes franceses.

Texto Anterior: Premiê da Bósnia apresenta renúncia
Próximo Texto: Rainha-mãe britânica completa hoje 95 anos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.