São Paulo, sábado, 5 de agosto de 1995
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Posse na Telesp reúne Covas, Motta e Maluf

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A mais disputada estatal federal em São Paulo, a Telesp (Telecomunicações de São Paulo), reuniu ontem mais de 2.000 pessoas para a posse de seu novo presidente -Carlos Eduardo Sampaio Dória, indicado pelo governador paulista Mário Covas, do PSDB.
A posse foi realizada em um ginásio de esportes, na Barra Funda, região central de São Paulo. Foi a posse mais concorrida da história da Telesp: nunca uma solenidade desse tipo reuniu tanta gente.
Além de tucanos, a posse reuniu políticos de várias correntes. Ainda convalescendo de uma infecção na perna direita, Covas ficou no local menos de 20 minutos.
Sem o governador, a principal estrela da posse foi o ministro das Comunicações, Sérgio Motta. O prefeito Paulo Maluf (PPR), os senadores paulistas Pedro Piva (PSDB) e Romeu Tuma (sem partido) também compareceram.
O interesse dos políticos na Telesp deve-se aos seus altos investimentos -R$ 4 bilhões entre 1995 e 1996. São 5,1 milhões de telefones sob sua administração e 24.200 empregos.
Antes de virar tucano, Dória foi da Arena -partido que deu sustentação ao regime militar (1964-1985). Além de Maluf, compareceram à solenidade outros antigos arenistas, como os ex-prefeitos paulistanos Reynaldo de Barros e Miguel Colassuono.
A festa também foi pródiga em políticos que não se reelegeram, como o ex-deputado Roberto Cardoso Alves. Também estavam presentes o ex-deputado Gastone Righi, que não disputou a última eleição, o janista Alex Freua Neto e o ex-deputado Raphael Baldacci.
O ministro Sérgio Motta fez questão de dizer que o atual governo terá ``rigor absoluto" com a ética e a moral, ``plenamente restauradas na Telesp". Em governos anteriores, a estatal foi alvo de acusações sobre irregularidades.
``Quem não adotar procedimentos éticos, transparentes e morais, será afastado", afirmou o ministro. Motta fez questão de dizer que também se referia aos ``fornecedores" -empresas que vendem equipamentos para a estatal.
Motta também aproveitou para dirigir críticas ao PFL, principal aliado do presidente Fernando Henrique Cardoso. ``Somos um governo social-democrata que nada tem a ver com teses liberais, sem consequência social", disse.
Motta negou que o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) esteja pressionando FHC para excluir nomes indicados para empresas de telecomunicações. ``Não há pressão política nenhuma".
O ministro ficou contrariado quando os repórteres insistiram em perguntar sobre os vetos de ACM a nomes indicados por ele. ``Não há lista nenhuma. Podem perguntar para o senador", disse.
Para Motta, as indicações feitas por ele para as estatais telefônicas são ``técnicas e profissionais".
Segundo ele, esses nomes foram mantidos por FHC: ``Façam uma pesquisa. Vejam os currículos dessas pessoas".

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