São Paulo, domingo, 6 de agosto de 1995 |
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Muller afirma 'sede' pelo 5º título e espera 'casar' com Palmeiras
DO ENVIADO A RIBEIRÃO PRETO Muller afirma 'sede' pelo 5º título e espera "casar' com PalmeirasAtacante sonha engordar currículo com Olimpíada Se há um jogador que não está agitado com a final de hoje do Campeonato Paulista, é o atacante palmeirense Muller. Afinal, finais e títulos já se tornaram fatos corriqueiros na vida do jogador. Aos 29 anos, Muller está tentando o seu quinto título do Paulista. Além disso, ele já foi campeão brasileiro, bi sul-americano e bi mundial interclubes. Isso tudo além, é claro, da Copa do Mundo conquistada pela seleção brasileira no ano passado, nos EUA, mesmo que como reserva. Apesar dessa extensa galeria de conquistas, Muller não se considera um predestinado. Ele acredita que o sucesso é fruto exclusivamente do trabalho do grupo. Contratado já na fase final do Paulista, para preencher o vácuo no ataque palmeirense deixado com a saída de Edmundo, Muller ainda não conseguiu fazer esquecer o antigo ídolo. Em entrevista à Folha, ele diz que, apesar de ter ganho praticamente tudo a que um jogador pode aspirar, mantém a sede de títulos. Revela também que seu maior desejo agora seria disputar a Olimpíada de Atlanta pelo Brasil. PREDESTINAÇÃO ``Não acredito ser um predestinado para finais. Mas me considero mais que um simples vencedor. Ganhei todas as finais das quais participei, menos a da Libertadores de 1994, pelo São Paulo. Mas esse sucesso não depende só de mim. Acredito na força da equipe." EXPERIÊNCIA ``Experiência é uma mistura de calma, técnica, força e capacidade de se concentrar e de se desconcentrar. Sou calmo e tranquilo por natureza, por isso raramente me envolvo em tumultos ou brigas. Mas isso também é experiência. Entro para jogar futebol, não para cair no jogo do adversário. Contra o Grêmio, em Porto Alegre, alguns jogadores do Palmeiras entraram no jogo deles." TÍTULOS ``Já ganhei quatro Paulistas. Você pode me perguntar o que significa ganhar mais um. Todos os títulos foram e são importantes. É mais uma alegria. É o que todos buscamos na vida e na carreira." CLUBE ``Tenho contrato até junho de 96. Espero ter sucesso e ficar um bom tempo no clube, que me recebeu bem. Nosso caso é um namoro que pode dar em casamento." TORCIDA ``Senti que meu gol contra o Mogi Mirim foi o começo de muitos no Palmeiras. Estava devendo isso à torcida. Estava engasgado." ADVERSÁRIO ``Sem dúvida, as jogadas de bola parada são o ponto forte do Corinthians, chutes ou cruzamentos. O ponto fraco? Acho antiético falar sobre isso antes do jogo." CONFIANÇA ``A goleada no Grêmio deu mais confiança. Tenho a certeza de que os corintianos perceberam a nossa força. Provamos para nós mesmos que podemos fazer cinco gols em qualquer equipe." DESGASTE ``Numa final, sobram entusiasmo e vontade. Especialmente contra o Corinthians. Estamos em boa condição física e bem preparados." INTERIOR ``Claro que preferíamos jogar na capital, com o estádio lotado, um gramado melhor. Mas estamos contentes em Ribeirão Preto. Fomos bem tratados. Acho que conquistamos a simpatia da cidade." VIOLÊNCIA ``O Palmeiras é um time mais técnico que violento. Há jogadores que chegam mais junto, mais duros, mas não dá para generalizar. Na decisão, os nervos crescem." AMBIÇÃO ``Não tenho nenhuma grande ambição. Quando se chega ao meu nível na carreira, quando se ganha tudo, a maior vontade é continuar ganhando. Mas tenho um desejo: participar de uma Olimpíada pelo Brasil. Não sei se vai dar, mas gostaria. Voltar à seleção principal será consequência do sucesso no clube, mas não é prioridade." Texto Anterior: Violência ameaça estragar também o 2º jogo da final Próximo Texto: Baravelli faz atleta 'nadar' Índice |
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