São Paulo, domingo, 6 de agosto de 1995
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Viola promete dar a 'cartada decisiva' na sua despedida do time

DA REPORTAGEM LOCAL

Viola promete dar a `cartada decisiva' na sua despedida do time
Atacante estréia nova chuteira e anuncia `ousadia'
Paulo Sérgio Rosa, o Viola, 26, entra em campo hoje para disputar sua última partida no Corinthians, time em que jogou por sete anos.
Viola deixa o clube que o lançou ao futebol profissional em 1988, ano em que conquistou seu primeiro e, por alguns anos, único título: o Campeonato Paulista, conquistado com um gol seu sobre o Guarani, em Campinas.
Hoje, a partir das 16h, ele tem a oportunidade de chegar ao seu segundo título estadual.
Depois de 88, o jejum durou até o ano passado, quando participou do grupo que levou o tetracampeonato na Copa dos EUA.
Neste ano, chegou à sua terceira conquista: a Copa do Brasil-95, o que valeu ao time uma vaga na Taça Libertadores da América.
Sua imagem é tão associada ao Corinthians que poucos lembram que ele foi emprestado e defendeu as cores do São José, em 1990, e do Olímpia, em 91, duas equipes do interior paulista.
Viola se transferiu para o Valencia, da Espanha, por US$ 4 milhões, quantia aproximada ao investimento do time valenciano em 94, quando contratou o brasileiro Mazinho, o russo Salenko, e os titulares da seleção espanhola Otero, Camarasa e Zubizarreta.

NERVOSISMO
``Estou ao mesmo tempo empolgado e triste. Espero me dar bem no Valencia. Quando estive lá, gostei do clube e da cidade. Mas nunca é fácil sair do seu país.
Eu vou sentir falta daqui, dos meus amigos, do Corinthians. A mudança causa ansiedade, um certo nervosismo.
Outra coisa que me deixou tenso foi o tempo que fiquei parado. Fiquei vários dias no hospitalzinho do Parque São Jorge. Quando você fica parado tanto tempo, a vontade de voltar logo e jogar aumenta, o que também cria uma ansiedade."

TORCIDA
``Eu sei que os corintianos gostam do jeito que eu jogo, mas, no pouco tempo que estive em Valencia, percebi que eles são apaixonados por futebol. Lá eu fui muito bem tratado."

ESTADO FÍSICO
``Estive machucado e só agora estou voltando a recuperar a minha forma. Tenho treinado muito a parte física no Corinthians e a vontade de jogar esta final é grande.
Mesmo se estivesse contundido, estaria querendo entrar em campo, se pudesse ajudar o Corinthians. Quero me despedir da torcida com o título."

PROMESSA
``Já conversei com o técnico Eduardo Amorim. Sei que vou dar a cartada decisiva neste jogo. Ele tem esperança de que eu possa decidir. O grupo está unido e estou confiante num resultado positivo."

MEMÓRIA
``Seria melhor que a partida fosse em Campinas. Se eu pudesse escolher, escolheria São Paulo. Como não querem fazer em São Paulo, que pelo menos fosse em Campinas. Além de ser mais perto, facilitando para o torcedor com poucos recursos, foi lá que marquei o gol da vitória sobre o Guarani, na final do Campeonato Paulista de 1988. Na última segunda-feira, fez sete anos que aconteceu aquele gol."

TREINOS
``Quero voltar o mais rápido possível ao nível de meus companheiros. Estamos treinando de manhã e à tarde para atingir o melhor. Depois, ainda dou uma corridinha com o preparador físico. Estou treinando em três períodos."

COBRANÇA
``Estão cobrando muito do Viola. Eu sou superprofissional, mas eu não posso resolver a partida sozinho. Eu prometo ousadia. Não sou um jogador que teme arriscar durante uma partida."

RIBEIRÃO PRETO
``A polícia errou naquele episódio do primeiro jogo. Acho que era mais um motivo para não terem marcado o jogo novamente em Ribeirão. Nosso ônibus não foi protegido, não ficou isolado da torcida do Palmeiras.
Fiquei muito nervoso, porque quis ajudar meus companheiros. A agressão dos policiais foi um absurdo. Se tivesse que descer do ônibus para ajudar os jogadores do Corinthians, eu desceria."

JUIZ
``O Brasil tem bons árbitros. O juiz da última partida (Oscar Roberto Godói) teve uma atuação péssima, mas não justificava trazer um juiz estrangeiro."

SURPRESA
``Vou estrear uma chuteira no domingo. Ela é bem maneira. Mas, antes da partida, vou testar a chuteira para ver se não machuca meu pé esquerdo, que tem uma unha encravada."

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