São Paulo, domingo, 6 de agosto de 1995 |
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Criação de bichos pode dar bom negócio
JÔ RISTOW
O tipo a ser desenvolvido irá depender da área e dos recursos disponíveis, além, claro, das metas a serem atingidas. Segundo estimativas do Instituto de Pesca da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, é preciso R$ 80 mil -sem considerar o custo do terreno- para construção de oito tanques que irão abrigar cerca de oito toneladas/mês do peixe. Esse valor é suficiente para a compra de matrizes -alevinos (filhotes). O milheiro custa R$ 80. O retorno acontece em três anos. Pedro Ferraz Cézar Ferreira, 21, que produz duas toneladas de trutas por mês em Visconde de Mauá (RJ), diz que o ideal é começar com apenas um tanque. ``A alimentação da truta é muito delicada, à base de patê de fígado e óleo de peixe, e deve ser controlada. A água fria também deve ser vistoriada regularmente." Ferreira diz que a criação de sua família começou há 11 anos e só depois de três é que as trutas passaram a ser vendidas. Hoje, a produção abastece o restaurante Truta Rosa, em São Paulo, do qual é gerente. O primeiro truticultor comercial do país, Kyoshi Koike, 63, de Campos do Jordão (175 km a nordeste de SP), começou em 1968. Ele fatura em média R$ 20 mil por mês, vendendo a produção de duas toneladas para restaurantes e frigoríficos. O preço do quilo varia entre R$ 6 e R$ 10. O camarão da Malásia, ao contrário da truta, exige temperaturas altas -acima de 20oC- e investimento inicial menor. ``Com R$ 30 mil é possível implantar o projeto em uma área de 7.000 m2 para uma produção de cerca de duas toneladas por ano", afirma a pesquisadora do Instituto de Pesca, Vera Lúcia Lobão, 44. O retorno de R$ 25 mil por safra (até duas por ano) compensa o investimento. O custo operacional é de R$ 6.500 a cada nova safra. A água e a alimentação também são os fatores mais importantes para o desenvolvimento adequado do camarão. ``A água deve ser abundante, de qualidade e sem muita transparência", diz o criador Clóvis Serra Júnior, 36. Com R$ 500, uma área de 20 m2 e noções técnicas básicas, é possível entrar no seleto grupo dos criadores de ``escargots". O investimento inicial é suficiente para a compra de oito dúzias de matrizes (cinco da espécie Gros gris e três da Achatina fulica), além de duas caixas de criação padrão (de 90 cm por 45 cm e 20 cm de altura). As matrizes custam entre R$ 50 e R$ 60 a dúzia. Em um ano, o criador poderá estar produzindo cerca de 100 quilos mensais de carne limpa. Por isso, antes de iniciar é bom calcular o espaço para a expansão. Assim como o ``escargot", a minhocultura pode ser desenvolvida em nível industrial ou apenas complementar a renda familiar. Cerca de R$ 200 e um canteiro de alvenaria são necessários para começar a criação doméstica. LEIA MAIS sobre criação na pág. 8-3. Próximo Texto: COMO INICIAR A CRIAÇÃO Índice |
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