São Paulo, terça-feira, 8 de agosto de 1995
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Pequenos agricultores trocam café por morango no norte do Paraná

EMERSON URIZI CERVI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Mesmo sem financiamento oficial, que saiu muito tarde, os pequenos agricultores de Pinhalão, no norte do Paraná, plantaram 3,1 milhões de pés de morango.
Introduzido há apenas quatro anos, o morango já é uma das principais atividades agrícolas do município, ultrapassando a cafeicultura e a pecuária de corte em rentabilidade.
Um hectare de morango gera R$ 30 mil de rendimento bruto por colheita (o preço médio do quilo é R$ 1,00).
Por exigir muita mão-de-obra, a cultura também está revertendo o êxodo rural na cidade. Um hectare de morango chega a empregar até três famílias.
Para garantir bons preços na hora da venda, os produtores de Pinhalão fundaram uma associação, que se encarrega da embalagem e comercialização das frutas.
No ano passado, o preço médio da caixa de dois quilos de morango vendida pela associação foi de R$ 3,50.
No início desta colheita, a caixa de morangos chegou a ser vendida por R$ 7,00.

Tendência
Segundo Edson Roberto Vaz Roque, chefe do escritório da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Paraná), o morango tende a ganhar espaço na região.
``O Paraná produz apenas 25% das frutas que consome", diz ele.
Em 93, segundo ano de cultivo do morango na região, foram plantados 740 mil pés. No ano seguinte, o plantio alcançou 1,5 milhão de pés e, nesta safra, chegou a 3 milhões de pés.
Juntamente com o morango, os pequenos agricultores começaram a produzir outras frutas e hortaliças em escala comercial.
A produção de maracujá para as indústrias de polpa também está crescendo.
O cultivo do morango no norte do Paraná foi iniciado há cinco anos pelos trabalhadores rurais.
Sem opção de emprego na região, muitos deles trabalhavam na colheita de morango no sul de São Paulo.
A Emater resolveu então criar um programa de apoio ao cultivo do morango.
Hoje, a maioria das pequenas propriedades de Pinhalão mantém uma área com morango.
A cultura conseguiu aumentar a oferta de trabalho no campo. Muitos produtores adotam o sistema de parceria, pagando ao trabalhador 25% do faturamento bruto da cultura.

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