São Paulo, terça-feira, 8 de agosto de 1995
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Sarney diz que não houve perda salarial nenhuma no seu governo

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), aproveitou ontem audiência com representantes dos servidores do Legislativo para fazer nova comparação entre o seu governo (1985-89) e o atual.
"Ouvi deles que o melhor período para a categoria, em termos de política salarial, foi durante o meu governo", afirmou Sarney à Folha, após a conversa com os dirigentes sindicais.
Levantamento feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) aponta que os salários do funcionalismo em dezembro de 1989 correspondiam a 48,6% do seu valor em março de 1986.
O salário médio mensal no governo Sarney também teria caído. Segundo o Dieese, na Grande São Paulo, os salários médios gerais em março de 1990 correspondiam a 85% dos salários em março de 1985, quando Sarney assumiu.
O presidente do Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo), Roberto Vieira Cavalcanti, afirmou que as perdas salariais da categoria, de janeiro a junho deste ano, em consequência do Plano Real, foram de 10,83%.
Sarney disse à Folha que, durante seu governo, ``não houve perda salarial alguma".
Em relação a salários, Sarney já fez outra comparação entre seu governo e o de FHC.
Ele criticou a MP (medida provisória) da desindexação e disse que os salários baixos têm que ser protegidos. Lembrou que ele, quando presidente, adotou o ``gatilho" salarial.
Desde que assumiu a presidência do Congresso, o senador teve vários atritos com o governo.
O primeiro deles foi em relação ao projeto de lei regulamentando o limite das taxas de juros em 12% ao ano. Sarney colocou o projeto na pauta de votações, contrariando o governo. O senador tem criticado os juros altos, dizendo que são "astronômicos" e podem levar o país à recessão.
O presidente do Congresso também criticou a discussão da reforma tributária e a pressa do governo em encaminhar a proposta de reforma da Previdência.

Colaborou a Redação

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