São Paulo, quarta-feira, 9 de agosto de 1995
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Prefeito critica adoção do rodízio de carros

CLAUDIO AUGUSTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPR), criticou ontem a decisão do secretário estadual Fábio Feldmann (Meio Ambiente) de restringir a circulação de veículos na Grande São Paulo entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro.
``O trânsito na cidade é da prefeitura", disse Maluf.
``Em uma cidade do tamanho de São Paulo não podemos fazer experiência como se estivéssemos em uma cidade de 300 mil habitantes", atacou o prefeito. ``As pessoas têm compromisso, hora marcada no dentista."
Maluf disse que a prefeitura não tem estrutura para colocar ``10 mil fiscais na via Dutra, na Trabalhadores, na Castelo Branco, na Anchieta, na Imigrantes, na Bandeirantes e na Raposo Tavares" para checar se os carros e caminhões que chegam a São Paulo estariam ou não obedecendo ao rodízio.
Informado de que a medida não afeta os caminhões, ele disse: ``Então é uma incongruência. O caminhão polui mais que o carro."
Para Maluf, o fato de não haver multa para quem descumprir o rodízio condena a medida ao fracasso. ``Você considerar que o sujeito praticou um crime e não haver pena, ninguém vai obedecer."
O prefeito afirmou que em Londres, Paris, Nova York e Los Angeles não há restrição à circulação.
Nessas cidades, de acordo com ele, controla-se o nível de emissão de poluentes dos veículos, com vistorias regulares.
Há uma concorrência em curso na prefeitura para escolher quem fará as vistorias em São Paulo.

Fábio Feldmann
O secretário Fábio Feldmann (PSDB) rebateu as críticas de Maluf. ``Eu estranho a atitude do prefeito, que diz uma coisa em conversas particulares e outra coisa em entrevistas."
``Se a prefeitura não quer colaborar, não há por que o Estado colaborar com o município na licitação", afirmou Feldmann.
A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente não tem técnicos capacitados para supervisionar o programa de controle de emissão de poluentes por veículos.
Um acordo assinado entre Estado e prefeitura garante apoio da Cetesb à secretaria.
``Conto com a opinião pública, que vai julgar quem está certo", disse Feldmann.

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