São Paulo, quarta-feira, 9 de agosto de 1995
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Cheques rejeitados batem recorde

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Nos primeiros oito dias de agosto, o volume de cheque rejeitado por empresas especializadas em garantir o seu pagamento junto aos comerciantes bateu o recorde desde o início do Plano Real.
Entre os dias 1º e 8 de agosto, a participação dos cheques rejeitados no total de consultas recebidas foi de 5,60%, segundo a Teledata, especializada em garantir cheques recebidos pelo comércio. No mesmo período, o número de cheques consultados cresceu 8,63% em relação a julho.
O maior índice de rejeição registrado anteriormente pela empresa tinha sido em julho. Dos 2,3 milhões de cheques consultados em julho, 5,57% foram rejeitados.
O cheque rejeitado não se trata de um cheque sem fundo, mas está em um estágio anterior. Isto é, antes de ele ser rejeitado pelo banco por falta de fundos, é recusado pelas próprias empresas que avalizam os cheques e pelos lojistas. Motivo: o emitente do cheque está na lista dos maus pagadores.
Para Deolinda Victória, gerente da Teledata, o crescimento no índice de não aceitação dos cheques em agosto explica o ligeiro recuo na emissão de cheques sem fundos nos primeiros dias deste mês.
Nos oito primeiros dias de agosto, os cheques sem fundos representaram 2,88% dos garantidos pela empresa no país. Em julho, esse índice chegou a 3,02%.
É que, como a inadimplência (atraso no pagamento) bateu o recorde, o cadastro dos maus pagadores se ampliou. ``Isso bloqueia a possibilidade de os correntistas que emitiram cheques sem fundos uma vez venham emitir novos cheques sem fundos", diz Deolinda.
Também nos cartões de crédito, o índice de inadimplência de 5% sobre o total das vendas tem se mantido estabilizado em um patamar alto por causa de um mecanismo semelhante ao dos cheques.
Nilton Volpi, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito, diz que a expansão da inadimplência no seu setor está sendo bloqueada, em parte, porque a emissão de novos cartões vem ocorrendo em um ritmo mais lento nos últimos meses.
É que, com calote se generalizado, as administradoras estão mais cautelosas na escolha da clientela.
Além disso, muitos cartões de crédito estão sendo cancelados porque os titulares não quitaram ou renegociaram suas dívidas.

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