São Paulo, quarta-feira, 9 de agosto de 1995
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"Os Pescadores de Pérolas" estréia sexta-feira no Municipal

WILLIAM LI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Ópera: "Os Pescadores de Pérolas", de Georges Bizet.
Onde: Teatro Municipal de São Paulo. Prça Ramos de Azevedo, s/n. tel. 222 8698
Quando: Dias 11, 17 e 19 às 20h30. Domingos 13 e 20 matinês às 17h
Quanto: De R$ 10 a R$ 35. Teleingressos - ingressos por telefone: 579 8202

Estréia nesta sexta-feira uma nova montagem da ópera ``Os Pescadores de Pérolas" do francês Georges Bizet (1838-1875). Composta em 1863, estreou naquele ano em 28 de outubro no ``Thêatre Lyrique" de Paris, quando Bizet tinha apenas 25 anos.
Muito diferente da exuberante ``Carmen", esta ópera é extremamente requintada, tanto na música quanto na temática.
É no contexto da redescoberta das civilizações orientais pelos europeus no século passado que se insere ``Os Pescadores de Pérolas". Assim, ela está na mesma linha que ``Madame Butterfly" e ``Turandot" de Puccini, que procuram captar a cultura do Japão e da China e até fazem uso de escalas e melodias orientais. Debussy e Ravel também foram grandemenete influenciados por essas culturas.
A ópera, que é ambientada numa praia remota do Ceilão na Antiguidade e tem como personagens sacerdotes brâmanes e pescadores, já evoca um clima de exotismo e mistério. A música é extremamente original e procura transcrever o exotismo da estória e do tema. Bizet, assim como Puccini e Debussy, por vezes sai do sistema tonal e usa escalas e harmonias inspiradas na música oriental.
A estória versa sobre a paixão de Nadir, um pescador de pérolas, por Leila, sacerdotisa brâmane. Zurga, outro pescador, também ama Leila, e denuncia os dois ao sumo sacerdote Noubarad. Ambos são condenados à morte. No entanto, Zurga reconhece em Leila a pessoa que lhe salvou a vida na infância. Resolve então preparar a fuga dos dois amantes e ser morto no lugar deles.
Na estréia a ópera não teve sucesso, e ela sofreu várias modificações. No entanto, a versão que será apresentada no Municipal será a original de 1863.
A iniciativa da montagem desta ópera partiu dos Patronos do Teatro Municipal e da Secretaria Municipal de Cultura e ela será executada pela Orquestra Experimental de Repertório sob a regência do maestro Jamil Maluf, com a participação do Coral Paulistano e direção cênica de Naum Alves de Souza. Os quatro personagens principais são cantores nacionais que já ganharam vários prêmios e atuaram no exterior, como Fernando Portari no papel de Nadir e Claudia Riccitelli no de Leila.

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