São Paulo, quarta-feira, 9 de agosto de 1995
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Indústrias adotam os supercomputadores

RICARDO BONALUME NETO
ENVIADO ESPECIAL A CANELA (RS)

Os supercomputadores, os mais poderosos que existem, estão deixando de ser máquinas exclusivas de grandes empresas especializadas, como as da indústria aeroespacial, para serem mais uma ferramenta de empresas industriais ou de serviços de nível médio.
Um bom exemplo disso é o caso da companhia aérea americana Delta Airlines, segundo Horst Simon, executivo da Silicon Graphics, uma das principais do mundo na área de computação gráfica.
A Delta comprou um supercomputador para administrar suas rotas aéreas e a disponibilidade de aviões e de pessoal. Segundo Simon, a Delta calcula que a nova máquina permitiu uma economia de cerca de US$ 10 milhões em três meses.
Supercomputadores são máquinas capazes de fazer cálculos em velocidades muito altas, da ordem de um bilhão de operações por segundo (ou 1 Gflop/s).
Simon esteve em Canela (RS) para o 15º Congresso da Sociedade Brasileira de Computação. Ele cuida, na Silicon Graphics, do desenvolvimento de mercados para universidade e pesquisa.
``A diminuição de preço da tecnologia de altíssimo desempenho permite uma percentagem muito maior de simulação por computador na indústria", diz Simon.
Simulações matemáticas complexas fazem parte das principais atividades de um supercomputador. O supercomputador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), por exemplo, trabalha com a previsão do tempo a partir de modelos matemáticos.
Além da Delta, novos usuários de supercomputadores estão sendo encontrados nos EUA nas indústrias farmacêutica e química e na engenharia. ``Houve acréscimo da ordem de dez vezes em desempenho, desde 1990", diz Simon.
Em 1993, o supercomputador que estava em 500º lugar na lista dos mais poderosos do planeta fazia algo como 500 Mflops/s (milhões de cálculos por segundo), segundo Simon. Hoje, o que está nesse lugar faz algo como 1.900 Mflops/s (ou 1,9 Gflop/s).
Simon afirma que o aumento de desempenho dos microprocessadores deverá ainda continuar por mais dez ou quinze anos. Esse é um dos fatores que faz com que a tendência de aumento de desempenho dos supercomputadores continue nos próximos anos.
Os programas desenvolvidos para a computação de maior desempenho também tendem a ser disseminados em equipamentos de menor capacidade.
É o caso do soft utilizado pelo laboratório americano Lawrence Livermore para simular o impacto de granadas de canhão em blindagens de tanques. Hoje, na Motorola, testa queda de telefone celular.

O repórter RICARDO BONALUME NETO viajou a Canela a convite da Sociedade Brasileira de Computação.

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