São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 1995
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PTB resiste à fusão e tenta manter sigla

DENISE MADUEÑO; LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

PPR, PP e PTB iniciaram ontem o processo de fusão dos três partidos. Mas a iniciativa esbarra na resistência da maioria da bancada do PTB, que não aceita perder a sigla do partido.
Se o PTB aderir integralmente, o novo partido terá a maior bancada na Câmara (113 dos 513 deputados) e a terceira no Senado (13 do total de 81).
O ministro da Agricultura, José Eduardo de Andrade Vieira (PTB-PR), disse que vai para o novo partido e que leva pelo menos dez petebistas.
Sem o PTB, a nova legenda será a terceira na Câmara, atrás do PMDB (103 deputados) e do PFL (94). O PSDB, partido do presidente FHC, tem 72 deputados.
O novo partido fortalece seus integrantes na relação com o governo, possibilitando a ocupação de maiores espaços.
O prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPR), viabiliza sua candidatura à Presidência em 1998.
Nas atividades do Congresso, o novo partido, conseguindo a maior bancada, poderá reivindicar as presidências da Câmara e do Senado, além de indicar relatores para medidas provisórias.
A pressa da fusão é explicada pela iminente aprovação da nova lei partidária, que vai dificultar a vida dos pequenos partidos.
O clima festivo ontem de manhã, quando foi divulgado o documento sobre a fusão, contrastou com a reunião, à tarde, da bancada do PTB.
Pela manhã, Maluf, o presidente do PPR, Esperidião Amin (SC), Andrade Vieira e lideranças partidárias posaram para fotos trocando abraços e beijos.
À tarde, 26 dos 30 deputados do PTB discutiram a fusão. Decidiram fazer uma consulta aos diretórios regionais antes de concretizar o acordo. A maioria afirmou que não aceita a extinção da sigla PTB.
Parlamentares do partido foram informados de que o presidente do PDT, Leonel Brizola, estaria aguardando a fusão para retomar a sigla PTB, perdida para Ivete Vargas.
Maluf deixou claro, porém, que o novo partido não manterá a sigla PTB. "O PPR tem a maior bancada e abriu mão da legenda do partido. Ninguém pode impor a sua sigla", disse o prefeito.
O PFL e o PMDB procuraram demonstrar que não estavam preocupados com o novo partido. ``Na prática, o novo partido vai ficar com uma bancada com menos de cem deputados", disse o líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE).

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