São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 1995
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Seminário defende 'cota' no governo para mulher

DA REPORTAGEM LOCAL

As participantes do seminário ``Equidade entre os Sexos: uma Agenda Para a Virada do Século", realizado pela Fundação Carlos Chagas ontem em São Paulo, defenderam a adoção de cotas (espaços reservados) para as mulheres em órgãos governamentais.
A deputada federal Marta Suplicy (PT-SP) apresentou ontem um projeto que determina que 30% dos candidatos de cada partido, para cargos municipais, estaduais ou federais, sejam mulheres.
É o que se chama de ação afirmativa, uma das questões que devem ser discutidas na 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, na China, no próximo mês.
A primeira-dama, Ruth Cardoso, que participou do debate, também apoiou o projeto. ``Isso é uma recomendação da ONU, uma coisa muito antiga. É uma discriminação positiva", disse.
Para Marta Suplicy, trata-se de um projeto revolucionário. ``Antes também tinha dúvidas, mas agora sei que é o único jeito ou teremos que esperar até 2.490 pela equidade entre homens e mulheres em cargos de decisão", disse Marta.
Inicialmente, segundo a deputada, a proposta é de que as cotas sejam adotadas apenas para cargos políticos, mas futuramente pode-se estudar a adoção para outras áreas.
Segundo a representante da United Nations Development Programme, Sakiko Fukuda-Parr, que participou do seminário, esses 30% reservados à mulher são uma recomendação da ONU (Organização das Nações Unidas).
``É uma determinação aceita internacionalmente, embora não venha sendo implementada. Apenas a Noruega adota o sistema", disse.
Ruth Cardoso disse ainda que a Conferência de Pequim será fun damental porque, ao contrário das conferências já existentes, deve discutir problemas sociais envolvendo mulheres.
``As mulheres são clientes da política social porque são parte dos setores mais pobres e são instrumentos dessa política porque têm participação ativa."

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