São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 1995
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Menem lança novo pacote antidesemprego

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

O presidente argentino Carlos Menem anunciou, ontem, o segundo pacote contra o desemprego. Os pontos centrais desse plano são a redução do custo do trabalho e a adoção de projetos sociais.
O desemprego afeta atualmente 18,6% da PEA (População Economicamente Ativa), ou seja, 2,7 milhões de argentinos.
Segundo Menem, as medidas sociais a serem tomadas garantem o apoio do Estado até dezembro de 96 para 870 mil argentinos desempregados e vão requerer um investimento de US$ 890 milhões.
A medida mais polêmica do pacote é a redução da contribuição previdenciária que cabe às empresas a partir de 1º de setembro.
Até 1º de janeiro de 96, as empresas argentinas de todos os setores deverão ser beneficiadas com a medida. Os percentuais de redução deverão variar de 30% a 80%.
Menem teve o cuidado de afirmar que a redução da contribuição das empresas (contabilizadas como imposto) não afetará o financiamento de obras sociais.
``Vamos garantir para todas as obras sociais uma soma em dinheiro", afirmou Menem.
A inclusão dessa medida no pacote contra o desemprego sofreu resistência da missão do FMI (Fundo Monetário Internacional), que está avaliando as contas e renegociando as metas do país.
Para o FMI, a redução dessas contribuições comprometeria ainda mais a arrecadação fiscal. Em função disso, o governo incluiu no pacote medidas contra a sonegação de impostos sobre lucros.

Protesto
Funcionários públicos em greve e trabalhadores de empresas privadas organizaram uma manifestação ontem na Província de Córdoba.
Alguns incidentes, como apedrejamento de ônibus, foram registrados, mas não houve feridos nem prisões. Cerca de 3.500 pessoas protestaram contra a política econômica do governo federal e a lei de emergência decretada pelo governo da Província, que impôs a redução dos salários do funcionalismo e seu pagamento em bônus.

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