São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 1995 |
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Cenários Futuristas salvam "O Juiz"
DANIELA FALCÃO
Diretor: Danny Cannon Elenco: Sylvester Stallone, Armand Assante, Diane Lane Produção: EUA, 1995 Onde: Marrocos 2, Gazeta, Calcenter 3, Eldorado 1, Paulista 2, Gemini 1, a partir das 14h Os cenários da cidade futurística Mega-City One são a melhor coisa de ``O Juiz" (Judge Dredd), novo filme de Sylvester Stallone que estréia hoje em São Paulo. Baseado numa série popular de quadrinhos britânicos, o filme se passa em algum ano remoto do século 21. Mega-City One é uma cidade escura, caótica e violenta, onde quase não há mulheres ou crianças. Para dar esse clima ao local, a equipe do filme montou cenários muito parecidos com os de ``Blade Runner, Caçador de Andróides", abusando de letreiros em néon e arranha-céus escuros. Mas, infelizmente, as semelhanças entre os dois filmes param por aí. Os efeitos especiais são bem feitos, mas em alguns momentos são usados com tamanho exagero que chegam a entediar os espectadores. Justiceiro Stallone/Judge Dredd é um ``agente da lei" que faz justiça com as próprias mãos. É ele quem prende, julga e, quando acha necessário, executa quem ousar sair da linha. Dredd parece gostar do que faz. Ele passa a maior parte do filme vestido com uma armadura pesada, que lembra muito a do policial-andróide de ``Robocop". A fantasia à prova de balas o torna praticamente indestrutível, mas tira qualquer traço de humanidade que seu personagem ainda pudesse ter. Stallone também usa lentes de contato azuis, que o deixam bastante parecido com o ator Aidan Quinn. Quando a missão é mais complicada, ele usa um capacete que só deixa parte de seu nariz e boca aparecendo. Sem capacete já é difícil imaginar o que Stallone/Dredd está sentindo. Com ele, é impossível (se é que o justiceiro sente alguma coisa). A vida de Dredd em Mega-City One segue ``tranquila" até que seu ex-amigo e irmão Rico (Armand Assante) arma uma trama e consegue condená-lo a prisão perpétua por um assassinato que ele não cometeu. O plano de Rico é exterminar todos os policiais da cidade e substituí-los por clones seus para, é claro, ser o novo imperador de Mega-City One. Enquanto Rico vai cumprindo sua missão, Dredd ganha um parceiro na prisão (o engraçadinho Rob Schneider) e resolve dar um jeito de sair de lá para atrapalhar os planos do ex-amigo. Quando a nave que transferia os dois para Aspen -uma prisão de segurança máxima cheia de calabouços- tem problemas e faz pouso de emergência, Dredd vê a chance de escapar e voltar a Mega-City One para concluir sua vingança contra Rico. A partir daí, o filme vira uma carnificina sem graça. Praticamente não há mais diálogos e só se ouve o barulho das metralhadoras, explosões e vidros quebrados. Uma pena, porque a maior parte dos cenários de Mega-City One termina sendo destruída pelas balas e bombas trocadas entre Dredd e os homens de Rico. Decepção Dirigido por Danny Cannon, ``O Juiz" foi apontado pela imprensa norte-americana como uma das maiores decepções do ano, ao lado de ``Johnny Mnemmonic" (filme protagonizado por Keanu Reeves). ``O Juiz" estreou nos Estados Unidos em 14 de julho, em 2.204 salas de cinema (quatro a mais do que ``Appolo 13"). O filme saiu de cartaz ontem. Em sua primeira semana, o máximo que conseguiu alcançar foi o sétimo lugar em bilheteria (US$ 24,3 milhões). Na última, ocupava um medíocre 20º lugar. Antes de estrear, a aposta era de que ``O Juiz" seria uma das maiores bilheterias do verão 95. Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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