São Paulo, domingo, 13 de agosto de 1995
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Dinamite verbal; Minando as bases; Conversa fora; Encosto; Bagatela; Quem paga; Pequeno respiro

Dinamite verbal
``Vou aporrinhar a vida deles". Assim ACM definiu, a um amigo, sua tática para pressionar o governo a solucionar a crise provocada pela intervenção no Banco Econômico. Nova safra de listas, denúncias e críticas é esperada.

Minando as bases
Caso não cumpra o acordo com ACM de dar ao Econômico o mesmo tratamento dispensado ao Banespa e Banerj, FHC pode contar: crescerá no Congresso a intriga de que ele não tem autoridade para mandar na equipe econômica.

Conversa fora
ACM e FHC negociaram, sexta, ao longo de 13 horas a intervenção no Econômico. A primeira ligação foi às 8h50 e a última, às 22h. O presidente contava com ``um discurso político" de ACM como reação. Mas não tão duro.

Encosto
As costas de FHC parecem ter voltado a doer. Quem esteve com o presidente na sexta viu que ele se movia com dificuldade e de modo ``duro". Usava almofadas para se acomodar nas cadeiras das mesas de despacho e de reunião.

Bagatela
Dados da Receita mostrados a líderes governistas na reunião sobre mudanças no IR das pessoas jurídicas: deduções e isenções fazem com que as empresas paguem anualmente, em média, R$ 460.

Quem paga
Quando os bancos são incluídos no cálculo do IR das empresas, diz a Receita, o pagamento anual médio de imposto passa a R$ 670. Conclusão: a tributação é desproporcional para os assalariados.

Pequeno respiro
Avalia-se no governo que a crise do Econômico vai tirar Dallari da berlinda. Mas por pouco tempo. Ninguém no Planalto duvida de que as acusações de conflito de interesses vão voltar à tona. Logo.

TIROTEIO
De Delfim Netto (PPR-SP), sobre as medidas do governo para conter a entrada de dólares:
- Não adianta. Se há vida inteligente em Marte, o governo conseguirá provar. É que os marcianos virão investir no Brasil, que tem os maiores juros do Universo. O que mostra que há dúvidas se há vida inteligente em Brasília.

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