São Paulo, domingo, 13 de agosto de 1995
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40 mil crianças `exigem' pai na Justiça

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Treze mil crianças aguardam por um teste que pode identificar o pai que não quer reconhecê-las. Esse é o tamanho da fila de espera apenas no Imesc, instituto do governo do Estado de São Paulo que atende aos pedidos da Justiça e faz testes de identificação de paternidade de graça.
No Estado, mais de 40 mil crianças -representadas por suas mães- movem ações na Justiça em busca de seus verdadeiros pais. Se ganham as ações, que se arrastam por até dez anos, os filhos têm direito a uma pensão de alimentos e ao sobrenome do pai.
Os casos que chegam à Justiça são apenas um grão. No ano de 92, 884 mil crianças -27% de todas as nascidas no país- foram geradas por mães solteiras, segundo números do IBGE. Os especialistas estimam que mais de 200 mil nasçam de pais desconhecidos a cada ano.
Entre as crianças de até 15 anos, pelo menos 3 milhões delas não saberá a quem dar um presente neste domingo de Dia dos Pais. No registro de nascimento de cada uma delas, o nome do pai não existe.
``A vitória na Justiça não significa o direito a um pai", diz Margherita Mascarenhas Duarte, advogada da Assistência Judiciária e especialista em direito de família. A grande maioria dos homens transformados em pais por decisão do juiz não se aproxima dos filhos. Limitam-se ao pagamento da pensão.

LEIA MAIS Sobre paternidade às págs. 2 e 3.

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